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Apertem os cintos, o piloto sumiu. E não só no filme. Em agosto, foi realizado o primeiro teste com uma aeronave autônoma no Brasil, projeto viabilizado por meio de uma parceria tecnológica entre a Embraer e a Universidade do Espírito Santo (Ufes), nas áreas de Robótica Autônoma e Inteligência Artificial.
Durante o experimento, que aconteceu na unidade da empresa em Gavião Peixoto (SP), um protótipo realizou sozinho a operação de taxiamento, movimentando-se em solo, em trajeto pré-estabelecido, sem interferência humana. Com sucesso.
Este passo faz parte de uma longa caminhada que a Embraer vem trilhando há um bom tempo.
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O início de um plano diretor neste sentido, reforçou ainda mais o compromisso da empresa em investir nas novas tecnologias de automação que fazem parte da Indústria 4.0.
Diversos setores da companhia brasileira, privatizada há 25 anos, trabalham com Inteligência Artificial, Robótica Colaborativa, Realidade Aumentada e Virtual e Internet das Coisas.
A Embraer possui um nível de automação que a coloca na vanguarda da indústria aeronáutica mundial.
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O primeiro grande exemplo desta jornada teve início em fevereiro de 2000, quando a Embraer inaugurou em São José dos Campos o Centro de Realidade Virtual, que desde então vem apoiando a empresa no desenvolvimento de aeronaves.
Com o uso desta ferramenta, eventuais falhas e montagens incorretas podem ser detectadas antes mesmo de qualquer peça ou conjunto ser montado.
Um outro grande marco do avanço da jornada na Indústria 4.0 ocorreu em 2012, quando a companhia adotou o MES (Sistema de Execução de Manufatura), que viabilizou na prática o conceito de fábrica digital, permitindo que profissionais da linha de produção e fornecedores de diversas localidades prescindirem de instruções em papel, acessando arquivos de orientação em tempo real e modelos 3 D, com a garantia de precisão no produto final.
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Através desse movimento, a Embraer ingressou no conceito de fábrica digital (também conhecida como paperless): para se ter uma ideia do volume abissal de material físico que deixou de produzido, somente para a construção de cada aeronave de grande porte até então eram necessários entre 80 e 100 mil desenhos, antes manuseados.
O uso constante de recursos tecnológicos de ponta pode ser observado no caso do teste com a aeronave autônoma.
O sistema integrado de Inteligência Artificial monitorou as condições externas e internas do avião, atuando de forma independente nos comandos de aceleração, direção e frenagem, e executou com precisão a movimentação pelo trajeto indicado.
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A plataforma aeronáutica do teste – a mesma utilizada para o desenvolvimento dos modernos jatos executivos Legacy 500 e Praetor 600 –, integrou funcionalidades do sistema IARA (Intelligent Autonomous Robotic Automobile), resultado de uma pesquisa na área de carros autônomos que teve início em 2009, no Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) da Ufes.
“Este sucesso demonstra a excelência do que vimos desenvolvendo na Ufes nestes últimos 10 anos nas áreas de veículos autônomos e inteligência artificial. Ele nos coloca mais uma vez na vanguarda científica nestas áreas no nível mundial. Fazer tudo isso em parceria com a Embraer nos enche de orgulho e satisfação”, afirmou o professor Alberto Ferreira de Souza, coordenador do projeto.
Eleita pelo quinto ano consecutivo a empresa mais inovadora pelo Prêmio Valor Inovação, a Embraer aposta no modelo de inovação aberta e mantém colaboração com dezenas de universidades e centros de estudo no Brasil e exterior.
Conheça, a seguir, outros projetos que estão sendo desenvolvidos pela companhia, que acaba de completar 50 anos.
Avião elétrico
Uma parceria com a fabricante de máquinas e equipamentos WEG, um outro nome forte da inovação do setor industrial, está preparando uma aeronave para demonstração da tecnologia de eletrificação.
O primeiro voo de teste de um monomotor movido 100% a eletricidade, de curta duração, deverá acontecer nos próximos meses.
O projeto atende a grandes desafios da indústria aeronáutica mundial: uso de biocombustíveis e o desenvolvimento de uma nova geração tecnológica de sistemas de propulsão.
A aeronave escolhida para o estudo é o EMB-203 Ipanema, usado na pulverização agrícola.
Para dar lugar à bateria elétrica, parte da carga do monomotor será retirada. “Esse é o primeiro passo para voar uma plataforma 100% elétrica.
Depois vai se introduzindo mais complexidade”, diz Daniel Moczydlower, vice-presidente executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer.
Carro voador
No meio do ano, durante um evento em Washington, a Embraer X, subsidiária da companhia brasileira para negócios disruptivos, anunciou o conceito do “carro voador”.
O projeto, que está sendo desenvolvido em parceria com a Uber, prevê a criação de uma aeronave, que remeterá a um SUV. Por fora, ela terá uma espécie de par de asas e 10 rotores (oito para deslocamento vertical e dois para a parte horizontal).
Ainda em fase preliminar, o projeto do eVTOL (veículo elétrico para pouso e decolagens verticais) e está sendo desenvolvido, em grande parte, por engenheiros no Brasil.
App para manutenção de aeronoves
Este ano, a Embraer X lançou a plataforma de negócios Beacon, projetada para conectar e sincronizar, de maneira ágil, os recursos da indústria para manutenção de aeronaves em operação.
O primeiro cliente da plataforma é a JetSuiteX, com sede em Dallas (EUA), que utiliza, a partir de terminais privados, aeronaves Embraer para 30 passageiros.
A plataforma Beacon permite interações de alto valor e oportunidades de negócios para diversos stakeholders no ecossistema de serviços.
A Beacon é inicialmente voltada a fornecer soluções para aeronaves que necessitam de manutenção não programada.
Com acesso via web e aplicativo digital (IOS e Android), a tecnologia aciona uma rede de provedores credenciados, promovendo a colaboração em tempo real durante atividades de manutenção não planejadas e acelerando o retorno das aeronaves ao serviço.
Novo segmento do mercado
Durante o último Paris Air Show International, a Embraer Defesa & Segurança e a ELTA Systems Ltd, subsidiária da Israel Aerospace Industries (IAI), assinaram um acordo de cooperação estratégica para o desenvolvimento do P600 AEW (Alerta Aéreo Antecipado).
Concebido para atuar em um novo segmento de mercado AEW, esta aeronave de última geração é baseada na moderna plataforma super midsize do jato executivo Embraer Praetor 600, que oferece alcance intercontinental com excelente capacidade de carga útil.
O P600 AEW pode fornecer imagens situacionais de aérea integradas e estendidas monitorando a atividade aérea em áreas fora da cobertura dos radares terrestres.
Pode executar várias missões, tais como defesa aérea, alerta antecipado, comando e controle, eficiência da frota de combate, defesa territorial e vigilância marítima.
Nessa cooperação, a Embraer Defesa & Segurança fornecerá a plataforma aérea, sistemas de solo, de comunicações e integração de aeronaves, enquanto a IAI-Elta fornecerá o radar AEW, SIGINT (inteligência de sinais) e outros sistemas eletrônicos.
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