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SÃO PAULO – Divulgado na última segunda-feira (2), o resultado financeiro da Stone fecha a temporada do último trimestre para as empresas de credenciamento brasileiras com ações listadas em bolsa. Com os números de 2019 consolidados, analistas buscam antever as movimentações de 2020 na chamada Guerra das Maquininhas.
Entre as especulações está uma possível joint-venture entre Cielo (CIEL3) e Stone através da compra da fatia do Banco do Brasil na maior credenciadora do país (passando ou não pelo Bradesco no processo). Desde setembro do ano passado circula esse rumor – e o BB já indicou interesse em vender seus empreendimentos na frente de cartões, contratando uma consultoria para avaliar os caminhos disponíveis.
Seria um caminho positivo, na visão de quem cobre o setor. Em resumo, abriria a possibilidade de “juntar a agilidade da Stone e sua qualidade, principalmente com o atendimento ao consumidor e experiência do usuário, com o market share da Cielo, que é a líder de mercado, fora sinergias de custos. A nova empresa deve ser mais eficiente também”, disse Marcel Campos, analista da XP Research.
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Mas, enquanto não há menção pública a esse acordo, o mercado só pode trabalhar com as informações disponíveis. A princípio, elas seguem mostrando ambiente altamente competitivo – e caminho tortuoso especialmente no caso da Cielo, o “anjo caído” do setor.
A companhia comandada por Paulo Caffarelli teve o maior declínio de market share (fatia de mercado) nos últimos dois anos, chegando a 40,7% no último trimestre ante 47,2% no início de 2018, conforme dados compilados pelo Morgan Stanley. Ano a ano, porém, houve crescimento tímido, de 13%.
O mercado começa a vislumbrar uma recuperação para a companhia, que já atende clientes menores. Mas, com margens enforcadas, a Cielo pode ter encontrado um novo patamar de valor, temem analistas. Seu valor de mercado caiu 58% em 2018, 21% em 2019 e já acumula queda de 10,75% neste ano, mas vê recuperação de 8,6% neste início de março justamente com a retomada dos rumores de venda.
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As duas concorrentes listadas, por outro lado, crescem vertiginosamente. A PagSeguro, do Grupo UOL, ganhou 39% em fatia de mercado em um ano, chegando a 7,3% do total. E o grande destaque foi a Stone, com crescimento de 51%, que fechou o ano com 8,6% do mercado de adquirência. Ambas ficam atrás de Rede (30,3%) e Getnet (13,1%), mas trabalham rapidamente para diminuir a distância.
Oportunidades para as menores
Para a Stone, a avaliação é de oportunidades maiores com a distribuição de produtos que foram desenhados no ano passado, como empréstimo e conta digital. “Espera-se que a companhia colha frutos” neste ano, diz a análise.
Por sua vez, o Bradesco BBI, observa que o “desempenho sólido” deve ser colocado à prova “em breve”. “As capacidades de execução estão sendo testadas conforme a companhia trabalha para expandir suas operações para o segmento bancário (originação de crédito) e o de microempreendedores”, diz o relatório. Lançada oficialmente neste início de março, a iniciativa em parceria com a Globo, Ton, é vista com cautela como potencial capturadora de novos clientes da cauda longa, especialidade da PagSeguro.
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A taxa Selic baixa pode pressionar as receitas de antecipação de recebíveis, segundo a análise, mas a companhia deve continuar se beneficiando da força de seu programa de distribuição física para o segmento de PMEs, em que é pioneira.
Quanto à PagSeguro, a precificação é uma preocupação dos que acompanham o papel. Sem subir a base de clientes ativamente, a empresa continua focando no segmento que ajudou a construir: o de microempreendedores. Enquanto o mercado se questiona se, nessa frente, o preço não é o fator mais importante, a companhia aposta em atendimento como diferencial para diminuir o churn (taxa de saída de clientes).
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