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SÃO PAULO – Ainda sem muito alarde no mercado, a Atom (ATOM3) vai ganhando espaço no mercado e começando a mostrar seu trabalho, que é uma novidade para muitas pessoas. Com o objetivo de explicar seus negócios e apresentar seus futuros planos, a companhia “novata” na Bolsa realizou nesta terça-feira (23) sua primeira apresentação pública para o mercado e aproveitou para tirar as dúvidas de alguns investidores.
Para quem ainda não conhece a companhia, a Atom é uma proprietary trading firms – ou “prop trading” -, empresas empresas que buscam montar uma equipe de operadores para investir o próprio capital no mercado financeiro.
A equipe da empresa é formada por candidatos a trader que operam dentro da própria companhia (respeitando os limites de gerenciamento de risco propostos por ela), sendo que os melhores colocados vão ganhando cada vez mais limites para operar – da mesma forma, os que performarem mal vão sendo expirados da mesa.
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Segundo Joaquim Paiffer, CEO da Atom, estes traders não possuem nenhum vínculo empregatício com a companhia, sendo que parte da receita da empresa vem do próprio treinamento destas pessoas, que precisam assinar algum tipo de plano para iniciarem suas operações. São 5 tipos de planos, que alteram os limites de operações e valores que podem ser negociados ou perdidos pelos traders. “A receita com os cursos ajuda a pagar o próprio treinamento destes traders”, explicou durante sua apresentação.
Veja mais: conheça mais a história da Atom e como funciona uma prop trading
Uma das questões que mais criou dúvidas para as pessoas envolve o processo como a companhia entrou na Bolsa – e seu consequente momento atual no mercado. A Atom não realizou um IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês), entrando para o mercado por meio da compra de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Inepar Telecomunicações (INET3), empresa de capital aberto que encontra-se em recuperação judicial.
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Por conta disso, a companhia ainda não incorporou completamente seu negócio, que é gerenciado pela WHPH (Work Hard, Play Hard), aguardando a conclusão na justiça de um processo que irá declarar a Atom livre da recuperação judicial “herdada” pela Inepar Telecomunicações. Segundo Paiffer, já houve um primeiro parecer favorável à empresa, mas o Santander (um dos credores da Inepar) acabou travando o processo, que, de acordo com ele, deve demorar no máximo até a metade de 2016 para ser resolvido.
Durante sua apresentação Paiffer explicou que as metas da companhia para este ano são exatamente a saída da recuperação judicial, além do registro do primeiro balanço trimestral positivo (considerando que há anos a Inepar não tem lucro). Além disso, a Atom espera atingir 5 mil usuários e conseguir treinar, pelo menos, 10 traders que registrem resultados consistentes.
Paiffer ainda destacou que a companhia não irá divulgar nenhum guidance por enquanto, aguardando que a Atom tenha um processo operacional sólido. Atualmente as ações ATOM3 são negociadas a R$ 0,19, o que, segundo as novas regras da BM&FBovespa, necessita ser mudado para que os negócios não sejam suspensos. Porém, o CEO da companhia se diz tranquilo e destacou que o prazo para a realização de um grupamento vai até abril deste ano.
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Ele ainda destacou que um grupamento poderia ser bastante benéfico para a companhia, já que poderia atrair mais investimentos de estrangeiros, que hoje evitam as ações por conta de seu baixo valor de face. Durante a apresentação, ele ainda afirmou que não serão distribuídos dividendos por enquanto, mas que a companhia irá criar um plano de remuneração ao acionista.
Em geral, Paiffer se disse otimista, e destacou que a atual crise financeira não irá afetar a companhia, que realiza apenas day trade, ou seja, negócios que se encerram no mesmo dia e que conseguem evitar as mudanças de rumo do mercado.
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