O choro dos acionistas da empresa de Eike na Bolsa: ação cai até 40% após espera de 3 anos gerar ‘perda’ de US$ 405 mi

A CCX informou nesta manhã que finalmente fechou um acordo que já vem sendo desenhado desde 2013 com a turca Yildirim: mas, ao invés dos US$ 450 milhões previstos inicialmente, venderá seus ativos por apenas US$ 45 milhões

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os acionistas da CCX Carvão (CCXC3), única empresa do finado “grupo X” que ainda está nas mãos de Eike Batista, tiveram um dia indigesto nesta quinta-feira (18). Isso porque após três anos de espera, a companhia resolveu uma questão que já despertou muito amor e ódio entre seus acionistas: a venda de seus ativos de mineração à empresa turca Yildirim. Em um dos últimos desdobramentos do caso, as ações da companhia chegaram a disparar 60% em um dia (28 de setembro de 2015), indo para seu maior patamar desde junho de 2014. O ânimo, no entanto, não durou muito e no mês seguinte as ações afundaram 38%, com a empresa turca argumentando pela dissolução do contrato. 

Quase um ano após isso, a CCX voltou ao mercado hoje para comunicar que, finalmente, fechou o acordo, mas que, ao invés dos US$ 125 milhões propostos pela Yildirim (em janeiro de 2014), ela pagaria apenas US$ 45 milhões, isto é, 64% abaixo daquele valor ou 90% menor do que o preço oferecido na primeira oferta, em outubro de 2013, de US$ 450 milhões. 

A reação na Bolsa foi imediata e, desde a abertura do pregão desta quinta-feira (18), as ações da CCX desabaram, atingindo na mínima do dia queda de 44,07%, a R$ 44,07, no menor patamar registrado desde março de 2015.

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Por conta da forte agitação do mercado em torno da empresa nesta sessão, os papéis operaram entre leilões na Bovespa e fecharam em queda de 35,59%, a R$ 1,90. O volume financeiro alcançou R$ 5,6 milhões, contra média diária de R$ 285,7 mil dos últimos 21 pregões.

O acordo
Pelo acordo, o valor da transação com a Yildirim foi acertado em US$ 45 milhões, montante que inclui os US$ 30 milhões que já foram pagos à CCX quando houve a assinatura do contrato de aquisição de ativos, em janeiro de 2014 (sendo US$ 5 milhões foram desembolsados na oferta não vinculante em 2013).  

Com isso, está previsto o pagamento do saldo de US$ 15 milhões, dos quais US$ 1 milhão já está disponibilizado para o pagamento de dívidas existentes na Colômbia, além de financiar as despesas operacionais da empresa até o fechamento da transação. Os outros US$ 14 milhões serão depositados em até 10 dias úteis em uma conta da Yildirim, com um mecanismo de liberação dos recursos por meio de assinatura conjunta dos representantes legais das duas empresas. 

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O comunicado divulgado pela empresa informa também que o novo acordo substitui os termos do acordo de venda inicial, que previam uma série de condições para a conclusão da operação a um preço de US$ 125 milhões, incluindo o valor pago a título de exclusividade.