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SÃO PAULO – Em mais uma investigação da Lava Jato, a força-tarefa da operação descobriu que a Odebrecht, supostamente envolvida no escândalo, presenteou os ex-presidentes da Petrobras (PETR3; PETR4) José Sérgio Gabrielli e Maria das Graças Foster com obras de arte de “alto valor”. Segundo a reportagem do jornalista Fausto Macedo para o Estado de S. Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) destacou a apreensão de documento na sede da construtora, intitulado “Relação de Brindes Especiais-2010″.
A relação de brindes cita diversos funcionários da estatal que receberam os “presentes”, além do cargo ocupado e qual foi o “presente” recebido. A Odebrecht pagou ao todo R$ 389 milhões em propinas para ex-diretores da Petrobras que ocuparam cargos estratégicos na estatal, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços), de acordo com os procuradores que subscrevem a denúncia.
Entre os brindes estavam obras de arte assinadas por Alfredo Volpi, Gildo Meirelles, Romanelli e, até mesmo, Oscar Niemeyer. A nota da força-tarefa da Lava Jato destaca que o alto valor das obras demonstram que “não se tratavam de meros brindes”.
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Os procuradores ainda dizem que Rogério Araújo, alto executivo da empreiteira preso em 19 de junho, era o “remetente” da totalidade dos presentes. A questão trouxe à tona o vínculo de Araújo com ex-dirigentes e executivos da estatal devido ao elevado número de vezes em que se encontrou, por exemplo, com Renato Duque na sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foram 256 visitas entre 2004 e 2012. Nesse período, ele também visitou 167 vezes o então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e 39 vezes o então gerente de Engenharia, Pedro Barusco.