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SÃO PAULO – A Omega Geração (OMGE3), braço de geração da Omega Energia, controlada pela Tarpon e focada em energias renováveis, teve um trimestre recorde em geração de energia graças à sazonalidade (os ventos no segundo semestre, período que contém a chamada “safra dos ventos”, são mais fortes) e ao fato de todos os ativos adquiridos anteriormente já estarem em operação. Foram gerados 1.313,2 gigawatts/hora (GWh), incremento de 105% com relação ao mesmo período do ano anterior e os mesmos 105% em relação ao segundo trimestre deste ano.
A Omega Geração tem operação um pouco diferente das outras empresas de energia por não participar do desenvolvimento e implantação de ativos. Sua premissa é adquirir negócios já operacionais, o que diminui os riscos de execução e a necessidade de Capex. Atualmente, a companhia opera 34 empreendimentos e tem mais três em estágio avançado de negociação.
De acordo com Antonio Bastos Filho, CEO e fundador da Omega Geração, os R$ 831 milhões levantados em um follow-on em setembro garantiu a aquisição dos ativos Delta 7 e Delta 8, desenvolvidos pela Omega Desenvolvimento – que estão em fase operacional há duas semanas e devem ser incorporados à Omega Geração até dezembro deste ano – além de Assuruá 3, na Bahia, cuja negociação final ocorrerá ao longo de novembro. “Fechamos em dezembro, ou, no mais tardar, no primeiro bimestre do ano que vem”, disse Bastos Filho.
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Como o dinheiro da venda dos papéis não saiu do bolso da empresa ainda, os números do trimestre vêm um pouco distorcidos, com caixa de R$ 1,3 bilhão, ante R$ 52,2 milhões no segundo trimestre e R$ 737,1 milhões no terceiro trimestre de 2018.
O lucro líquido ficou em R$ 31,3 milhões, ante prejuízo de R$ 28,4 milhões no terceiro trimestre de 2018. A margem Ebitda dos nove primeiros meses do ano ficou em 83,3%.
Ano bom para o papel
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A ação da Omega Geração já valorizou cerca de 106% em 2019, ante alta de 23% do Ibovespa. Para o CEO, isso é, em grande parte, resultado de um amadurecimento da relação do investidor com o setor de energias renováveis e com a empresa em si.
“Nós fizemos o IPO dias após a crise do Joesley. Tinha um grau de pushback muito grande com o Brasil como um todo, e a nossa empresa tinha muito plano e pouca tangibilidade”, relembra Bastos Filho. “Entre essa data e o nosso follow-on, as coisas se cristalizaram muito: materializaram-se entregas, aquisições”, lista.
O executivo classifica a precificação atual do papel (R$ 36,05) como “justa”, mas com “muito espaço para avançar”.
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“Com certeza absoluta o segmento de renováveis vai corresponder a dois terços da geração de energia” nos próximos 10 anos, prevê o executivo. Isso porque, além de mais sustentável, a energia renovável se provou financeiramente promissora “pela abundância de recursos” no país.
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