Operadora da Dafiti aposta que boom de varejo online veio para ficar

A empresa de Luxemburgo canalizou grande parte dos ganhos em 2020 para infraestrutura

Bloomberg

(Shutterstock)
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A Global Fashion, varejista de moda com ambições de ganhar a mesma escala da gigante europeia Zalando em mercados emergentes, fez uma grande aposta de que o boom das compras online impulsionado pela pandemia veio para ficar.

A empresa de Luxemburgo canalizou grande parte dos ganhos em 2020 para infraestrutura, com a construção de depósitos ou expansão das instalações existentes em seis dos nove mercados onde opera centros de atendimento, disse o codiretor-presidente da Global Fashion, Christoph Barchewitz, em entrevista.

Como a Zalando, o maior acionista da Global Fashion é a Kinnevik, que investe em empresas online que vendem desde vinho até classificados no mundo todo. Enquanto os clientes da Global Fashion atualmente fazem pedidos apenas 2,5 vezes por ano, a taxa da Zalando é quase o dobro disso, disse Barchewitz, e a parcela da população atendida em cada um de seus mercados é de apenas cerca de 1,5%, uma fração da varejista de Berlim.

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“Isso mostra onde queremos chegar”, disse o executivo. “Acreditamos que o online ganhará tanta participação que queremos ser a maior varejista de moda e estilo de vida nos países em que atuamos. Temos a chance de obter mais clientes que encomendam mais.”

Nos últimos anos, a empresa teve como meta um crescimento do valor líquido das mercadorias de mais de 20%, excluindo as oscilações da taxa de câmbio. A empresa aumentou o lucro em 23% em 2019 e projeta ganho de 25% para 2020, já que as restrições da Covid-19 mantiveram muitas lojas físicas fechadas globalmente. A Global Fashion divulga o balanço de 2020 e novas metas em 1º de março.

“Esperamos podemos acelerar esse crescimento além do nosso histórico superior a 20%”, disse.

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A empresa, que vendeu ações na bolsa pela primeira vez em junho de 2019, atualmente mostra um dos melhores desempenhos no mercado alemão depois que o preço do papel multiplicou por sete nos últimos 12 meses, ultrapassando a Zalando, cujas ações quase dobram de valor.

A nova fase de crescimento da empresa terá como foco países como Argentina, Indonésia e Filipinas. Sua mais recente expansão logística no Brasil é o maior centro de atendimento automatizado de e-commerce de moda da América Latina. A fase final de expansão, por enquanto, será um segundo centro na Rússia, que entrará em operação no segundo semestre do próximo ano.

Os investimentos serão de cerca de 50 milhões de euros (US$ 61 milhões) anuais nos próximos anos, disse Barchewitz. As instalações na Rússia e no Brasil custam cerca de 100 milhões de euros no total.

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A Global Fashion opera com a marca Dafiti na América Latina, Lamoda na Rússia, Zalora no sudeste da Ásia e The Iconic na Austrália e Nova Zelândia. Quaisquer novos mercados seriam países menores vizinhos de onde a empresa atua que poderiam ser atendidos com a infraestrutura existente, disse Barchewitz.

A transição para a compra de sapatos e roupas pela internet é tão forte que isso beneficia varejistas online, mesmo com o mercado de moda em geral tendo encolhido cerca de 20% no ano passado, disse Barchewitz.

“A moda não é vencedora da pandemia”, disse o executivo. “Como categoria, somos perdedores, mas, como canal online, somos vencedores da Covid-19.”

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