Pequenas empresas tiveram 2020 difícil, mas estão esperançosas para 2021

Estudo realizado pela Conta Azul, divulgado com exclusividade ao InfoMoney, mostra impacto da pandemia em pequenas empresas brasileiras

Mariana Fonseca

(Getty Images)
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SÃO PAULO – O Brasil tem 19,7 milhões de empresas atualmente – e boa parte delas são de porte modesto. De acordo com uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Sebrae, as pequenas empresas são responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e por 52% dos empregos com carteira assinada.

Esses negócios foram duramente afetados pela pandemia causada pelo novo coronavírus. A maioria percebeu queda no faturamento, e uma grande parcela dessas pequenas empresas recuperaram pouco ou nada da receita ao longo dos meses de isolamento social. 2021 traz uma esperança de faturamento melhor, de mais contratações e de investimento em canais digitais de venda.

As reflexões fazem parte do estudo “Cenários 2020/2021 das pequenas empresas brasileiras”. A pesquisa foi elaborada pela Conta Azul, plataforma de gestão financeira para micro e pequenas empresas, e divulgada com exclusividade ao InfoMoney.

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O objetivo do estudo é descobrir quais foram os impactos da pandemia no balanço anual das pequenas empresas e quais são os cenários e comportamentos esperados para 2021.

“Este foi um ano complexo e de aprendizados importantes para os líderes das pequenas empresas brasileiras. Percebemos que muitos já retomaram o volume de vendas de antes da pandemia e agora buscam recuperar o prejuízo do segundo trimestre deste ano. A expectativa é de aumento no faturamento e novas contratações”, analisou Vinicius Roveda, CEO e cofundador da Conta Azul.

A pesquisa da Conta Azul foi feita com 631 pequenas e médias empresas, entre 7 e 9 de dezembro. A maioria tem sede no Sudeste (54%) e no Sul (21%) do país.

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2020 para as pequenas empresas

A maioria das pequenas empresas percebeu queda no faturamento por conta da Covid-19 ao longo de 2020 – 51,5% dos negócios entrevistados. Por outro lado, aproximadamente 28,6% das companhias responderam que o faturamento aumentou. Para 16,7% das empresas, o faturamento permaneceu igual e 3,2% não souberam estimar o impacto da pandemia em suas receitas.

Entre as pequenas empresas que viram queda no faturamento, 44,4% responderam no início de dezembro que recuperaram nada ou pouco da receita perdida pela pandemia. Outros 19,8% disseram ter recuperado quase todo o faturamento, ou totalmente. 31,8% das companhias consideraram que recuperaram os ganhos de forma razoável e 3,9% não souberam responder.

Cerca de metade das pequenas empresas ouvidas pela Conta Azul (50,3%) conseguirão fechar o ano com faturamento dentro do esperado. Outros 40,5% dos negócios não conseguirão. 9,2% das companhias não souberam responder.

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O levantamento também mostrou que 60,6% das pequenas empresas classificam seus lucros como dentro do esperado. Outros 20,4% dizem que o lucro está acima do esperado. Uma porcentagem parecida, de 19,1%, considera que seus ganhos finais estão abaixo do esperado.

Quase oito em cada vez das pequenas empresas (79,4%) consideram sua saúde financeira entre razoável e boa. Para 20,6% das companhias, sua saúde financeira pode ser classificada entre razoável e ruim. Além disso, 76,7% dos negócios responderam que estão em dia com as despesas; 19,2% disseram estar com algumas despesas em atraso; enquanto apenas 3,4% têm muitas despesas atrasadas.

2021 para as pequenas empresas

2021 é um ano de otimismo para as pequenas empresas: 89,6% das companhias ouvidas acreditam que irão faturar mais no próximo ano. Os 10,4% restantes não sabem dizer.

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A maior parcela (42,2%) das pequenas empresas entrevistadas pela Conta Azul que tiveram queda no faturamento planejam faturar entre 10% e 50% a mais em 2021. 28,9% delas projetam vender entre 51% e 100% a mais sobre 2020. 18,5% estimam faturar mais de 101% na comparação com o ano anterior.

As pequenas empresas também pretender conseguir mais funcionários no próximo ano: 51,9% dos negócios planejam contratar até duas pessoas em 2021. Uma parcela menor (15,1%) busca contratar três ou mais pessoas. Por outro lado, 33% dos empreendimentos não vão contratar no próximo ano.

Outra tendência para o próximo ano são os canais digitais de venda. Em opção de múltipla escolha, as formas de venda preferidas pelas pequenas empresas para o próximo ano são redes sociais (64,8%), WhatsApp (32,3%) e e-mail (28,1%). A loja física aparece como preferência para apenas 15,6% das companhias entrevistadas.

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Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.