Pine deve se destacar entre os bancos médios em 2012, aponta Coinvalores

Foco em grandes empresas beneficiará banco em um cenário de queda de spreads; corretora recomenda manutenção das ações

Ana Carolina Cortez

Publicidade

SÃO PAULO – Menos exposto ao atual cenário de queda dos spreads, o Pine (PINE4) tende a se destacar no segmento bancário este ano, segundo avaliação de Felipe Martins Silveira, analista da Coinvalores. Isso porque a carteira de crédito do banco está concentrada no segmento de grandes empresas, que ainda não sentiu os efeitos dos juros mais baixos na economia.

Mesmo que o “efeito Cruzeiro do Sul” (CZRS4) tenha elevado o custo de captação dos bancos médios, o Pine não deve gerar preocupações nesse quesito. “Segundo o management do banco, apesar de um aumento nas taxas, o efeito foi menor do que no caso Panamericano. O mercado está voltando à normalidade mais rapidamente”, relatou Silveira, após encontro com o diretor de relações com investidores do Pine, Norberto Zaiet Junior.

“Consideramos que os resultados das empresa devem continuar se destacando entre os bancos. Quanto ao aumento da competição na concessão de crédito, a consolidação do setor bancário abriu a oportunidades de expansão para os bancos médios, que deve continuar relevante”, complementa.

Nesse sentido, a corretora recomenda manutenção das ações preferenciais do Pine. Conforme analisa Silveira, o banco tem apresentado bom crescimento da carteira de crédito, que acumula avanço de 5,3% nos três primeiros meses de 2012 e 25,4% nos doze meses findos em março.

“A perspectiva para o segmento corporate é diferente do cenário de queda de juros, tão comentada pelo mercado. A queda nos spreads bancários tem se dado nos segmentos de pessoas físicas e de pequenas e médias empresas. Já os spreads para as grandes corporações têm até apresentado elevação”, comenta.

Grandes empresas, grandes negócios
A baixa inadimplência da carteira de corporate também torna o segmento mais atraente. Os índices com mais de 90 dias correspondem a 0,7% do valor total dos contratos em atraso.

Apesar dessez fatores serem bastante favoráveis ao Pine ele pode, na avaliação da Coin, tornar a competição nesse nicho ser mais “agressiva”.

Já a carteira de hedge, que responde por 25% das operações da companhia, tem se beneficiado pelo movimento do agronegócio, principalmente de açúcar e álcool (20% dos negócios desse segmento).

Aind assim é o Pine Investimentos que tende a apresentar as maiores taxas de expansão, segundo Silveira. Tal divisão é responsável atualmente por 10% das operações da instituição.

“O cross-selling será uma importante ferramenta na obtenção de clientes. Vemos como positiva a decisão do Pine de focar em operações menores de clientes novos em emissões no mercado de capitais. Nesse segmento, a competição deve seguir mais palatável”, ressalta.