Positivo Tecnologia: os bastidores da construção da maior fabricante de computadores do país

A trajetória completa da companhia e de seu fundador, Helio Rotenberg, é tema do 61º episódio do podcast Do Zero ao Topo

Letícia Toledo

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SÃO PAULO – O competitivo e globalizado mercado de tecnologia deixa pouco espaço para empresas brasileiras. Mas, na área de computadores, uma curitibana tem sobrevivido e se destacado: a Positivo Tecnologia (POSI3).

A companhia — fundada em 1989 quando um grupo de professores decidiu fabricar computadores — encontrou seu nicho e se consolidou na oferta de notebooks e computadores de baixo custo. Nos últimos anos, o foco tem sido ampliar sua atuação para outros equipamentos eletônicos como celulares, tablets e dispositivos de internet das coisas.

“O que fazemos para competir é entender profundamente o consumidor brasileiro”, diz Helio Rotenberg, fundador e CEO da companhia. “A Classe C brasileira não quer produto vagabundo, quer um produto de custo-benefício adequado”, completa em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.

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A trajetória da companhia é tema do 61º episódio do podcast Do Zero ao Topo. É possível seguir e escutar o programa pela ApplePodcastsSpotifyDeezerSpreakerGoogle PodcastCastbox e demais agregadores.

A Positivo Tecnologia tem seu desenvolvimento e expansão intimamente ligado aos momentos econômicos do país. Um ano depois de sua fundação, a companhia curitibana precisou repensar seu rumo devido ao congelamento de recursos do governo Fernando Collor, em 1990. A saída encontrada na época foi vender computadores ao poder público, por meio de licitações.

A entrada na varejo viria apenas em 2003, depois que uma mudança feita pelo presidente Fernando Henrique Cardoso durante seu último ano de governo (2002) paralisou as licitações. A entrada na Bolsa aconteceu em 2006, quando a Positivo conseguiu captar R$ 567,4 milhões em meio ao boom de IPOs (Oferta Pública Inicial de Ações, em inglês).

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Em 2007, impulssionada pelo aumento de renda da Classe C, a empresa se tornou líder nacional de computadores e entrou no grupo das 10 maiores fabricantes de desktops do mundo.

Mas a boa fase não duraria muito: a partir de 2012, com o avanço dos tablets e smartphones, o mercado de computadores começou a entrar em declínio.

O mercado mundial de desktops caiu 30% de 2012 a 2015. No Brasil, a queda de renda da Classe C agravou e situação e o mercado de PCs teve retração de 70% entre 2012 e 2015. Para se adequar ao novo cenário, a Positivo cortou custos e investiu em novos produtos, como smartphones de baixo custo.

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A partir de 2015 a empresa também passou a trabalhar com outras marcas, para atender um público de maior poder aquisitivo. A Positivo lançou os smartphones Quantum e começou a produzir e vender notebooks VAIO no Brasil.

Em janeiro deste ano, a companhia captou R$ 353,7 milhões em seu follow-on. A crise atual — provocada pelo coronavírus — aqueceu a demanda por desktops e fez as vendas da Positivo dispararem. A empresa corre agora para repor os estoques e, ao mesmo tempo, foca na fabricação de urnas eletrônicas para atender uma licitação inédita em sua história, de quase R$ 800 milhões, que ganhou em julho. Confira os detalhes desta história no podcast.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.

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O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit

Letícia Toledo

Repórter especial do InfoMoney, cobre grandes empresas de capital aberto e fechado. É apresentadora e roteirista do podcast Do Zero ao Topo.