Publicidade
SÃO PAULO – Após a aquisição do banco chileno Corpbanca, o Itaú Unibanco (ITUB4) pode fazer ainda mais compras na América Latina, com foco especial no México e no Peru. Contudo, nenhuma negociação está em andamento. É o que afirmou o presidente executivo do banco, Roberto Setúbal, em entrevista coletiva para a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2013.
De acordo com ele, a aquisição do banco é um passo importante para a expansão do Itaú na América Latina, tornando-o o quarto maior no Chile e o quinto na Colômbia, em linha com a estratégia do banco de maior diversificação quando anunciou a fusão com o Unibanco, em 2008.
E os investimentos feitos em bancos no Chile e na Colômbia têm duas vantagens, avalia Setúbal. A primeira é o fato de que essas economias estarem crescendo de forma mais rápida do que o Brasil e que a fatia do banco nesses mercados é menor, o que leva a um maior potencial de expansão.
Continua depois da publicidade
Setúbal ainda avaliou a situação da subsidiária do banco na Argentina, o Itaú Buen Aire. Segundo ele, o atual momento econômico do país não preocupa, uma vez que as operações por lá são muito pequenas, justamente por conta do cenário de turbulência que o país enfrenta. E destacou que vai esperar que a situação econômica melhore para ampliar as suas atividades na Argentina, o que não deve acontecer no curto prazo.
Grupo EBX
Questionado se houve alguma alteração no balanço em decorrência de possíveis perdas com o grupo EBX – do qual o banco era um dos credores – Setúbal ressalta que não o Itaú reduziu a sua exposição e não tinha riscos com relação às empresas que pediram recuperação judicial, caso da OGX Petróleo (OGXP3) e OSX Brasil (OSXB3).
O executivo ainda ressaltou que a maior parte das empresas do grupo – excluindo a OGX, cuja maior parte das reservas não se mostrou viável para exploração e posterior comercialização – estão em um processo de reestruturação bem natural, com aumento de capital satisfatório.
Continua depois da publicidade
Autuação da Receita Federal
De acordo com Setúbal, a confirmação da autuação em R$ 18,7 bilhões relacionados aos instrumentos contábeis usados para a unificação das operações após a fusão entre o Itaú e o Unibanco pela DRJ (Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento) já era amplamente esperada por eles.
Além disso, ele vê com bons olhos o fato da decisão proferida pela delegacia não ser unânime, o que mostra a discordância dentro dos próprios entes. A instituição afirmou que vai recorrer junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e que considera “remoto” o risco de perda na cobrança, acrescentando que a fusão feita em 2008 foi aprovada pelos acionistas das instituições, e posteriormente sancionadas pelas autoridades competentes.
Decisão sobre os planos econômicos no STF
Setúbal também mostrou tranquilidade ao falar da retomada dos trabalhos no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a validade dos índices de correção de poupança durante os planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991), que gerou grandes temores para as ações do setor bancário no final do ano passado. De acordo com algumas estimativas, os bancos poderiam perder no total, até R$ 150 bilhões.
Continua depois da publicidade
Contudo, Setúbal avalia que, durante os planos, os bancos cumpriram a lei e não ganharam nada com a implementação deles. Enquanto isso, os poupadores podem ter até perdido em alguns períodos mas, se computado os períodos totais dos planos, as perdas foram nulas ou pequenas. Desta forma, o executivo se mostrou confiante, afirmando acreditar em uma decisão justa do STF.