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SÃO PAULO – As credenciadoras brasileiras com ações listadas nos Estados Unidos PagSeguro e Stone despertaram reações praticamente opostas nos mercados nos últimos dias. Enquanto a dona das moderninhas estimulou um movimento de venda e uma desconfiança de analistas, a empresa de André Street animou com resultados sólidos.
Para começar com as más notícias, a PagSeguro chegou a despencar 18% na quarta-feira, data da divulgação do resultado, graças a uma sinalização da empresa de que as margens devem manter níveis estáveis (diferentemente do que se esperava de uma empresa que vinha crescendo exponencialmente em escala) e uma desaceleração do crescimento do TPV (volume total de pagamentos na sigla em inglês).
Em call sobre os resultados, a PAGS disse que essa perspectiva de margens mais tímidas tem a ver com o crescimento do PagBank – exatamente o mesmo motivo dado no ano passado quando a empresa divulgou o guidance de 2019. Naquela ocasião, a ação despencou a princípio e se recuperou rapidamente. “Os crescentes investimentos no PagBank e o impacto negativo no lucro no curto prazo devem ser vistos como dores de crescimento”, apostam analistas do Credit Suisse em relatório.
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Também levantou a sobrancelha de analistas e gestores uma manobra que aumentou a margem da empresa a partir de setembro sem necessariamente significar ganho de mercado. Naquele mês, a empresa passou a contabilizar os contratos de venda de maquininhas no modelo de comodato, que é uma espécie de assinatura. Isso aumenta a velocidade do acordo sem mudar o relacionamento com o cliente e, na prática, aumentou o lucro da companhia em R$ 20 milhões. Resta saber se o guidance já leva isso em consideração.
Já a ação da Stone salta 10% nesta manhã após a divulgação de números que, apesar de pouco abaixo da expectativa consensual do mercado, apresentaram sinais de solidez em indicadores-chave. O lucro recorrente cresceu 126% e o número de clientes saltou em 69 mil. Em call com analistas, a companhia de André Street disse que os dados de clientes ativos devem continuar em crescimento nos próximos trimestres ao longo de 2020.
Para o Credit, os números “mostram que a empresa não está dando sinais de desaceleração” e “parecem suportar uma tese de crescimento forte”. Considerando a crescente guerra das maquininhas, os analistas veem a empresa como “bem posicionada para crescer ainda mais rápido no quarto trimestre de 2019”.
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Analistas do Morgan Stanley avaliaram os números como “mais positivos que negativos”, destacando aumento de market share para 8,1%. “Vemos um período de vários anos de crescimento de ganhos por ação graças à baixa penetração de pagamentos em cartões no Brasil, à oportunidade atraente de vender produtos e serviços além de pagamentos à base de clientes e à alta alavancagem inerente ao negócio”, diz o relatório.
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