TikTok rejeita oferta de compra feita pela Microsoft; Oracle pode assumir os negócios nos EUA como parceira

Aplicativo tem até o dia 20 de setembro para anunciar a venda das operações antes de ser banido nos Estados Unidos pelo governo Trump

Equipe InfoMoney

(Getty Images)
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SÃO PAULO –  A Microsoft anunciou neste domingo (13) que a ByteDance, controladora do TikTok, rejeitou a sua proposta de compra das operações da rede social nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. 

Em comunicado, a companhia afirmou que estava confiante de que sua oferta seria boa para os usuários do TikTok e protegeria os interesses relacionados à segurança do país. O anúncio veio antes do prazo de 20 de setembro dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para que o aplicativo chinês vendesse as suas operações no país antes de ser banido.

“Para fazer isso, teríamos feito mudanças significativas para garantir que o serviço atendesse aos mais altos padrões de segurança, privacidade, segurança online e combate à desinformação, e deixamos esses princípios claros em nossa declaração de agosto. Estamos ansiosos para ver como o serviço evolui nessas áreas importantes”, informou a Microsoft em um comunicado no seu blog oficial.

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Segundo informações do The Wall Street Journal, a Oracle, empresa de tecnologia que também está envolvida nas negociações, foi escolhida para conduzir os negócios do TikTok nos Estados Unidos e um anúncio pode acontecer em breve.

Fontes envolvidas no processo dizem que a empresa americana será “parceira tecnológica de confiança” da ByteDance, num acordo que não envolverá a venda direta do aplicativo.

As ações da Oracle dispararam nesta segunda-feira (14), após os relatos de que a empresa foi escolhida para operar o TikTok nos EUA. Segundo informações da CNBC, a empresa também terá uma participação significativa no negócio.

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Dois grandes investidores da ByteDance, a General Atlantic e a Sequoia Capital, estão envolvidas nas negociações com a Oracle. Porém, novas regras impostas pelo governo chinês complicaram as negociações com potenciais compradores do negócio nos Estados Unidos.

No final do mês passado, a China atualizou sua lista de produtos controlados para exportação, incluindo a tecnologia de inteligência artificial usada pelo TikTok. Com isso, a ByteDance precisaria de uma licença do governo chinês antes de vender suas operações para uma empresa americana, inviabilizando o cumprimento do prazo imposto pelos Estados Unidos.

O governo Trump acusa o TikTok de ser uma ameaça à segurança nacional e disse que o prazo para que as negociações sejam concluídas não será prorrogado. O presidente americano alega que a coleta de dados do app pode permitir que a China crie dossiês com informações privilegiadas para chantagem e espionagem corporativa.

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Autoridades americanas criticaram a segurança e a privacidade do aplicativo, sugerindo que os dados do usuário podem ser compartilhados com Pequim. O TikTok disse que não atenderia a nenhum pedido de compartilhamento de dados de usuários com as autoridades chinesas.

Na última sexta-feira (11), o governo chinês se opôs a venda forçada do TikTok e declarou preferir que o aplicativo seja banido dos Estados Unidos. As autoridades chinesas acreditam que uma venda forçada faria com que a ByteDance e a China parecessem fracos diante da pressão do governo americano.

A empresa disse, em um comunicado à Reuters, que o governo chinês nunca sugeriu fechar o TikTok nos Estados Unidos ou em qualquer outro mercado.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que os Estados Unidos estavam abusando do conceito de segurança nacional e pediu para que o governo Trump parasse de oprimir empresas estrangeiras.

Trump emitiu no mês passado duas ordens executivas exigindo que a ByteDance vendesse os ativos do TikTok nos Estados Unidos ou seria banido do país, onde o aplicativo é extremamente popular entre os adolescentes, com uma base de 100 milhões de usuários. 

A rede social entrou com uma ação na Justiça americana para derrubar uma ordem executiva que impede empresas ou qualquer cidadão americano de fazer negócios com a companhia. Entenda mais sobre a guerra tecnológica protagonizada pelo TikTok, envolvendo China e EUA.

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Walmart continua interessada

A rede Walmart, que se uniu à Microsoft para comprar o TikTok, disse que ainda está tentando desenvolver laços com a rede social.

“O Walmart continua tendo interesse em um investimento na TikTok e continua as discussões com a liderança da ByteDance e outras partes interessadas. Sabemos que qualquer acordo aprovado deve satisfazer todas as preocupações regulatórias e de segurança nacional”, disse a varejista em um comunicado neste domingo.