“Tudo parece conspirar em favor das ações da Vale”, afirma Empiricus

Casa de research ressalta combinação de múltiplos atrativos, riscos já incorporados aos papéis e bom pagamento de dividendos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – “Tudo parece conspirar em favor das ações da Vale” (VALE3; VALE5), ao contrário da conjuntura desfavorável para a maioria das companhias atreladas ao setor de commodities. É o que afirmam os analistas da Empiricus, Rodolfo Amstalden e Roberto Altenhofen, ressaltando a combinação de baixo endividamento e de estabilidades de margens. 

Embora a apreciação de mais de 8,5% em 2012 das ações PNA (com relação ao fechamento de quarta-feira), os analistas afirmam que os papéis há tempo não estavam tão atraentes aos olhos dos investidores, exibindo uma combinação de rara virtudes.

Múltiplos atrativos
Dentre elas, estão os múltiplos atrativos da mineradora. Aos preços atuais, as ações da mineradora são negociadas próximas ao piso da relação com o lucro da companhia considerando o histórico dos últimos seis anos, a 6,2 vezes corrente, sendo a relação esperada para 2012 de 5,5 vez.

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Mesmo num cenário de cautela, Amstalden e Altenhofen consideram que os ativos serão negociados à uma relação de 4,1 vezes entre o valor da empresa e o Ebitda (geração operacional de caixa) para o exercício corrente, e de 3,7 vezes para o próximo. Para eles, isso é muito abaixo da realidade, ainda mais devido às perspectivas de estabilidades de margens e crescimento intrínseco da mineradora.

Somente o projeto Ferro Carajás S11D, cuja licença ambiental fora obtida na semana passada, ressaltam os analistas, tem potencial para ampliar em cerca de 30% da capacidade atual da companhia em minério de ferro.

Riscos já incorporados no papel
“Sob estas condições, os principais riscos relacionados ao papel nos parecem devidamente incorporados”, apontam os analistas, baseando-se no desconto em termos de múltiplos de suas principais concorrentes como garantia do baixo risco de queda dos papéis da Vale. A Rio Tinto tem um desconto de 23%, a Xstrata de 32% e a BHP Billiton, de 40%.

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Assim, o mercado não remunera as opções de crescimento da companhia ao nível atual de preços, afirmam. Nessa direção, o início de uma precificação de enorme valor no projeto Carajás S11D pode desencadear uma nova revisão de estimativas por parte da posição vendedora, avaliam os analistas.

Boa pagadora de dividendos
O caráter depreciado das ações levam a um dividend yield bastante atrativo para a companhia. Os analistas esperam um dividend yield de 7,6% no atual nível de cotações para 2012 para as ações VALE5, tendo como base o lucro esperado para a mineradora e incluindo o impacto no programa de recompra de ações. 

Assim, os analistas concluem: “que outro player da Bolsa oferece esse fluxo de remuneração ao acionista a 4 vezes entre a relação do valor da empresa com o Ebitda associado a liquidez e crescimento”?

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.