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SÃO PAULO – A farmacêutica americana Pfizer informou, durante uma reunião com investidores na última terça-feira (15), que uma parcela de participantes do estudo envolvendo sua vacina experimental contra a Covid-19 apresentaram efeitos colaterais leves e moderados. A vacina está sendo produzida em parceria com a alemã BioNTech.
A empresa afirma que os efeitos colaterais incluem fadiga, dor de cabeça, calafrios e dores musculares. Em outros participantes do estudo clinico, a farmacêutica observou que alguns desses desenvolveram febre — incluindo febres altas.
Como o teste clínico envolve a aplicação da vacina em uma parcela do grupo, enquanto o restante recebe um placebo, a Pfizer não sabe exatamente quais pacientes receberam o imunizante.
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Vacina até o fim do ano?
Ainda nesta semana, Albert Bourla, presidente da Pfizer, afirmou que os americanos podem receber a vacina da farmacêutica até final deste ano. Durante uma entrevista à emissora americana CBS, o executivo afirmou que a companhia acredita num cenário “bem favorável”.
“É provável que os americanos recebam doses até o final deste ano. Não posso dizer o que a Food and Drug Administration (FDA) [agência reguladora de medicamentos dos EUA] fará, mas é um cenário provável e estamos nos preparando para isso”, disse Bourla.
O presidente da farmacêutica ainda afirmou que, caso os resultados dos testes clínicos se mostrem positivos, a aprovação do medicamento deve acontecer rapidamente. Ainda segundo Bourla, a Pfizer irá divulgar os resultados dos seus testes clínicos durante o mês de outubro.
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O executivo reconheceu que a Pfizer irá absorver sozinha um grande impacto financeiro caso a vacina se prove ineficaz. Mas, mesmo assim, ele disse que decidiu não aceitar financiamento do governo americano para proteger a gigante farmacêutica da política.
A última fase de testes da vacina ainda está acontecendo e já foi realizada com 23 mil voluntários com idades entre 18 e 85 anos.
Desse total, mil pessoas serão testadas no Brasil, com voluntários na Bahia e em São Paulo. Os demais participantes estão distribuídos em 39 estados dos Estados Unidos, e também na Argentina e na Alemanha. A empresa espera chegar a um total de 30 mil voluntários.
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Investimentos na produção
A BioNTech, parceira alemã da Pfizer, deve receber um investimento de peso para aumentar a capacidade de produção do provável medicamento contra a Covid-19, segundo informações da agência de notícias Bloomberg,
A farmacêutica receberá até 375 milhões de euros (cerca de US$ 445 milhões) da Alemanha para apoiar seu “Programa Covid-19”. Esse valor equivale a aproximadamente metade do dinheiro que o governo alemão reservou para acelerar o desenvolvimento de uma vacina.
Ainda segundo a Bloomberg, o financiamento do governo alemão ajudará a BioNTech a aumentar a capacidade de fabricação e desenvolvimento em seu mercado doméstico.
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Vacinas em até quatro semanas?
Em entrevista à emissora ABC nesta terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse acreditar que uma vacina conta a Covid-19 pode estar pronta em “três ou quatro semanas”. A fala de Trump reforça previsões feitas por autoridades de saúde pública dos EUA e laboratórios no início deste mês.
“Estamos muito perto de ter uma vacina”, disse ele. “Se você quiser saber a verdade, a administração anterior levaria talvez anos para ter uma vacina por causa do FDA e todas as aprovações. E estamos dentro de semanas para obtê-la, pode levar três semanas, quatro semanas…”, comentou.
Anteriormente, Trump chegou a afirmar que vacina contra o coronavírus pode chegar antes do dia 3 de novembro, data da eleição presidencial do país – uma estimativa que diverge das principais expectativas da comunidade cientifica, que diz não ser possível ter uma vacina cientificamente confiável disponível até pelo menos o início de 2021.
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Uma matéria do jornal inglês Financial Times, aponta que o governo americano está considerando contornar os padrões regulatórios normais das autoridades de saúde do país para acelerar a aprovação de uma vacina experimental e disponibilizá-la aos americanos antes da eleição.
Segundo o jornal, o governo quer que a FDA, autoridade sanitária americana, conceda a “autorização de uso de emergência” em outubro para a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford.