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Em mais uma jornada positiva – pelo quarto mês consecutivo –, o índice de dividendos da B3 (Idiv) registrou ganho de 2,8% em julho, ultrapassando o patamar de 8 mil pontos.
No acumulado do ano, a valorização alcança 12,4%, frente a uma alta de 11% do Ibovespa no mesmo intervalo.
Nesta virada de mês, as casas de análise foram ainda mais seletivas nas revisões das carteiras recomendadas de dividendos.
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Em meio à safra de balanços do segundo trimestre, houve poucas trocas de papéis, que aumentaram a concentração das apostas em energia elétrica e bancos, além de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).
A mineradora retornou ao primeiro lugar no pódio das mais indicadas, com seis escolhas, mesmo número da Engie (EGIE3), que se mantém firme na posição desde maio.
O bloco seguinte agora traz quatro ações empatadas com cinco apontamentos: Banco do Brasil (BBAS3), CPFL Energia (CPFE3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Petrobras (PETR4).
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Com uma substituição cada nos portfólios sugeridos para agosto, Auren Energia (AURE3) e Telefônica Brasil (VIVT3) deixaram a lista de destaques:
- Engie (EGIE3)
- Vale (VALE3)
- Banco do Brasil (BBAS3)
- CPFL Energia (CPFE3)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Petrobras (PETR4)
Em uma visão geral, o tom dos relatórios é de cautela quanto ao potencial de melhora dos resultados em um horizonte maior. A XP, por exemplo, diz não haver certeza sobre uma tendência sustentável de forte de alta dos lucros no longo prazo.
Segundo a instituição, para que os lucros avancem de forma significativa, seria necessário um forte aumento na receita das companhias, o que viria de uma elevação expressiva nas riquezas do país.
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“Infelizmente, ainda não vemos esse cenário, pois o PIB brasileiro deve crescer em torno de 2,2% e 1,0% nos próximos dois anos.”
Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate – como ocorreu novamente.
A análise engloba os portfólios divulgados por dez corretoras.
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Veja a seguir as seis empresas selecionadas para agosto:
Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Dividend yield em 12 meses (%) | Retorno em julho (%) | Retorno em 2023 (%) | Retorno em 12 meses (%) |
Engie | EGIE3 | 6 | 7,46 | -3,61 | 21,24 | 7,59 |
Vale | VALE3 | 6 | 8,36 | 7,69 | -20,48 | 6,94 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 5 | 12,62 | -2,45 | 46,37 | 49,95 |
CPFL Energia | CPFE3 | 5 | 6,38 | 4,04 | 15,07 | 16,33 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 5 | 6,53 | 0,84 | 17,50 | 28,70 |
Petrobras | PETR4 | 5 | 44,04 | 5,35 | 51,94 | 53,00 |
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.
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Agenda de dividendos de agosto: PETR4, SANB11 e TASA4 pagam proventos; veja lista completa
Vale (VALE3)
A mineradora ganhou uma recomendação e retornou ao primeiro lugar entre as mais indicadas em dividendos, ao lado de Engie. Ambas estão presentes em seis portfólios selecionados.
Em sua análise sobre o balanço no segundo trimestre, a Genial Investimentos comenta que a Vale se manteve como “excelente pagadora de dividendos”.
A empresa anunciou a distribuição de R$ 8,2 bilhões em proventos, o equivalente a R$ 1,91 por ação, e a corretora estima um retorno com dividendos de 9,2% ainda em 2023.
Em relação ao preço do minério de ferro, a instituição projeta um valor aproximado de US$ 95 a tonelada no fim deste ano, recuando para US$ 90 a tonelada em 2024.
“Acreditamos ser natural que o preço de minério de ferro caia no 2S23 [segundo semestre deste ano], devido a sazonalidade mais favorável das mineradoras brasileiras, aumentando a oferta e derrubando o preço para esse nível de demanda que temos hoje em termos de economia real”, diz a Genial.
“Ainda com um preço realizado menor, a Vale deve reportar resultados sequencialmente melhores nos próximos trimestres.”
Engie (EGIE3)
A companhia se manteve com seis apontamentos e permanece no topo do ranking, agora acompanhada pela Vale.
Em relatório, o BTG Pactual lembra que a empresa diversificou recentemente seu portfólio, ao arrematar lotes em um leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O banco destaca também que a Engie possui três projetos em fase de construção ou desenvolvimento, totalizando 2GW de energias renováveis (solar e eólica) para os próximos anos.
Petrobras (PETR4)
A estatal segue entre os destaques, com cinco indicações neste mês, uma a mais em relação a julho.
“Na semana passada, vimos a companhia anunciar sua nova política de dividendos (nem tão ruim quanto se temia, nem tão boa quanto esperávamos), a qual gera um dividend yield de 13% para 2024 para suas ações – baseado em um preço do [petróleo] Brent de US$ 80/bbl [barril] – o que nos parece justo”, diz o BTG.
No dia 28 de julho, a Petrobras informou que seus proventos trimestrais irão agora considerar o patamar de 45% do fluxo de caixa livre, sob algumas condições, abaixo do antigo patamar de 60%.
Outra novidade é que a recompra de ações passa a ser oficialmente uma alternativa de remuneração dos investidores.
As mudanças já estão valendo e serão aplicadas no resultado do segundo trimestre de 2023, que será divulgado no dia 4 de agosto.
CPFL Energia (CPFE3)
Novidade no mês passado, a empresa ganhou uma indicação em agosto e agora está presente em cinco carteiras.
O BTG ressalta os fortes resultados operacionais da companhia e as distribuições anunciadas nos últimos dois anos. Em 2022, por exemplo, os proventos totalizaram R$ 2,42 bilhões, correspondentes a uma fatia de 50% do lucro líquido (ajustado) e um dividend yield de 6,7%, “abrindo mais espaço para poder participar de processos de M&As [fusões e aquisições]”.
“Em nossa opinião, outra parcela de dividendos poderia ser anunciada este ano, a depender dos resultados obtidos nos processos de M&As em potencial no mercado.”
Banco do Brasil (BBAS3)
O BB registra uma estreia no mês, totalizando cinco recomendações.
Recentemente, a Santander Corretora elevou de R$ 62 para R$ 75 o preço-alvo estimado para as ações do banco ao fim deste ano.
Segundo a instituição, o ajuste se baseia em um aumento da premissa de ROAE (retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio anualizado) sustentável, de 16% para 18%, além da projeção de lucro líquido ajustado de R$ 36,8 bilhões em 2023. Anteriormente, o cálculo era de R$ 35,6 bilhões.
Conforme os analistas, a visão positiva para o BB está amparada também em fatores como: ampla presença física, carteira de crédito lastreada em operações de agronegócio, estrutura de captação mais barata e gestão de fundos do setor público com taxas atrativas.
“Por fim, acreditamos que o risco de interferência política é menor do que o mercado considera, dada a melhoria dos padrões de governança corporativa do banco.”
Itaú Unibanco (ITUB4)
Também com cinco escolhas, o Itaú fecha a lista dos papéis de dividendos preferidos dos analistas.
Na BB Investimentos, a expectativa é de que a instituição apresente “números sólidos” no demonstrativo financeiro do segundo trimestre, que será divulgado na próxima semana.
Em relatório, a corretora afirma que o banco possui um perfil equilibrado entre clientes pessoa física e jurídica, reunindo ainda grandes empresas e o público de varejo de alta renda em sua carteira de crédito.
Tal característica dá resiliência ao Itaú, permitindo um bom ritmo de aumento nas receitas de serviços, dizem os especialistas.