Aluguel de ações: mercado para investidores mais agressivos ou conservadores

Doador tem o perfil mais conservador, já tomador de ações deve ser um investidor mais agressivo

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Muitos investidores pensam em como obter lucro na bolsa em tempos de queda. Outros, que investem pensando no longo prazo, não, mas também gostariam de obter algum rendimento mais imediato com os papéis que possuem. Uma boa escolha para esses dois perfis de investidores pode ser o aluguel de ações.

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Doador e tomador, assim são chamados os dois tipos de investidores que participam do aluguel de ações.  Enquanto o doador costuma ter um perfil mais conservador no mercado, o tomador tem um perfil mais agressivo.

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Doador
O doador de ações não tem intenção de vender as ações que possui em um futuro próximo e por isso as disponibiliza para alugar. O educador financeiro André Massaro acredita que doar ações pode ser uma boa ideia para receber algum dinheiro – vindo da taxa de aluguel recebida pelo doador, independentemente de como a ação se comportou no período em que esteve alugada.

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“Colocar a ação para alugar dá uma renda extra, até mesmo em momentos de queda, para quem não tem a intenção de vender as ações que possui tão cedo, com certeza é um negócio que vale a pena”, afirma o educador. “Além disso, todos os proventos da ação, como dividendos vão para o dono da ação e não para quem a aluga”, ressalta.

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Doar ações é um investimento com risco mínimo, uma vez que o tomador de ações precisa deixar caução provando que tem condições de comprar as ações ao doador no final da operação.

Tomador
O tomador de ações é aquele que aposta na queda das ações. Ele “opera vendido”, no jargão do mercado. No entanto, tomar ações tem alto risco “definitivamente só recomendamos para investidores experientes e que suportem o risco”, afirma João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.

O lucro do tomador está justamente em acreditar que as ações que ele alugou vão sofrer desvalorização. Por exemplo, quem tomou ações da OGX (OGXP3) emprestadas no primeiro pregão do ano e vendeu-as por R$4,76, para devolvê-las ao doador no final do semestre por apenas R$0,79 – valor das ações da companhia no fechamento do último pregão de junho, teve lucro nessa operação, certamente.

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É claro que o tomador tem que pagar taxa de aluguel ao doador, que é variável conforme a demanda. Ações mais procuradas para se doar têm taxas mais altas que devem ser pagas.

Participar do aluguel de ações
Para disponibilizar ações para serem alugadas basta o investidor entrar em contato com a sua corretora, analisar as taxas que estão sendo pagas e se assegurar de que não quer vender as ações em um curto prazo. A duração do aluguel é especificada no início do negócio, “o prazo é fechado antes, normalmente tende a variar de um mês a um ano”, afirma Brugger.

Já para alugar ações é importante estar plenamente consciente do risco tomado e ter confiança de que as ações alugadas sofrerão desvalorização. “Não é uma operação recomendada para todo mundo, apenas para quem quer fazer um investimento mais agressivo”, afirma o educador André Massaro.

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Histórico
Desde 1996 o aluguel de ações só tem se expandido, em abril de 2013, segundo dados da BM&FBovespa, foi atingida a marca de R$ 100,5 bilhões de reais de volume total de ações doadas ou tomadas no mês, recorde para o mercado. Em junho desse ano o volume total foi de R$ 72,2 bilhões, um dos maiores desempenhos da história.

O valor total de ações doadas por investidores pessoa física foi de R$ 17,1 bilhão de reais. Já entre as ações tomadas esse número ficou em R$ 1,9 bilhão no mesmo período para investidores pessoa física.