Binance tem novo revés e passa a ser investigada na França: “agravada lavagem de dinheiro”

Bolsa conta com licença no país e estabeleceu em Paris sua base na União Europeia

Bloomberg

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A Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo, está sob investigação das autoridades francesas pela suposta prestação ilegal de serviços de ativos digitais, além de supostos e atos de agravada lavagem de dinheiro, de acordo com um funcionário do Ministério Público de Paris.

Em comunicado nesta sexta-feira (16), um porta-voz da Binance confirmou que a empresa recebeu autoridades francesas na semana passada. “Na França, as visitas locais de reguladores e inspetores fazem parte das obrigações regulatórias às quais todas as instituições financeiras devem aderir”, acrescentou o porta-voz, recusando-se a comentar detalhes da operação.

“Respeitamos todas as leis na França, assim como fazemos em todos os outros mercados em que operamos”, disse.

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A investigação francesa aumenta a lista crescente de desafios regulatórios que a Binance está enfrentando em todo o mundo, à medida que autoridades aumentam o escrutínio sobre o setor de criptomoedas.

Também nesta sexta-feira, a Binance disse que está deixando a Holanda após não conseguir se registrar nas autoridades financeiras do país. A exchange afirmou que não conseguiu obter licença de provedor de serviços de ativos virtuais “embora tenhamos explorado muitos caminhos alternativos para atender residentes holandeses em conformidade com os regulamentos”.

No início de junho, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) processou a Binance e o CEO Changpeng “CZ” Zhao por supostamente manipular fundos de clientes, enganar investidores e reguladores e violar regras de valores mobiliários.

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O caso vem na esteira de uma ação do órgão regulador de derivativos dos EUA em março, que alega que Binance e Zhao violaram rotineiramente suas regras. A empresa chamou as ações de “decepcionantes” e prometeu se defender contra as acusações.

Embora a Binance diga que não tem sede global ou regional definida, ela escolheu Paris como seu centro europeu no ano passado, depois de obter um registro de provedor de serviços de ativos digitais da autoridade de mercado francesa AMF, no que foi a primeira grande aprovação da bolsa de um país do G-7.

A empresa contratou mais 150 pessoas na França no ano passado e disse que estava fazendo um investimento de 100 milhões de euros no ecossistema blockchain do país.

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A decisão da empresa de estabelecer uma base europeia em Paris foi vista como uma vitória para o esforço do governo francês de estabelecer a capital como um centro para criptomoedas e fintechs. Zhao, por sua vez, elogiou o país como uma das jurisdições “pró-cripto”.

Em abril, os legisladores europeus deram o aval final ao marco regulatório europeu conhecido como “MiCA”, que dará ao bloco suas primeiras regras para governar a indústria cripto. Esta é a primeira vez que os governos do bloco tentam supervisionar a indústria cripto em tal escala e vem após o colapso de várias empresas importantes no setor, incluindo a bolsa de criptomoedas FTX.

Em um evento em Paris na sexta-feira, o governador do Banco da França, François Villeroy de Galhau, disse que a cooperação internacional é necessária para regular os conglomerados cripto, acrescentando que uma nova versão da regulação da União Europeia, “MiCA 2”, provavelmente seria necessária para lidar com essas empresas.

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