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Apesar dos temores renovados por conta de juros globais que deverão ficar altos por mais tempo, o Bitcoin (BTC) resistiu no último mês e, mesmo com queda nos principais índices de ações nos Estados Unidos, caminha para fechar setembro em alta. Na tarde desta sexta-feira (29), acumula ganho de 3,6%, a US$ 26.880, segundo dados da plataforma TradingView. Em 2023, a valorização do ativo se conserva acima de 60%.
Números mostram uma menor correlação com o índice Nasdaq, que acumula queda de mais de 5% neste mês, em linha com o S&P 500, que cede no mesmo patamar.
O desempenho do BTC vem após um mês de agosto marcado por forte retração, de mais de 10%, o pior resultado desde a falência da FTX, há quase um ano. Naquele mês, o mercado vivia uma quebra de expectativas após reguladores americanos adiarem a decisão sobre o que pode ser o primeiro ETF (fundo de índice) com exposição direta à moeda digital no país.
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Para suportar a pressão de uma nova onda de eliminação de risco nas carteiras de investidores, a criptomoeda contou com fatores internos do mercado de ativos digitais, como a mudança de foco da Securities and Exchange Comission (SEC, na sigla em inglês), órgão que processou empresas do setor, como Binance e Coinbase, por supostas infrações federais.
Gary Gensler, presidente da SEC, passou a virar alvo de congressistas americanos, que o questionaram sobre a atuação da agência em audiência no último mês. “Ele foi pouco transparente nas respostas sobre criptomoedas, mas está ficando cada vez mais claro que a briga está mais entre SEC e Congresso, do que entre SEC e o mercado de capitais”, avalia José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital.
Por outro lado, destaca Bernardes, investidores seguem observando com atenção a situação da Binance, que deixou o mercado russo, assim como a possibilidade de liquidação dos ativos da FTX, como parte do processo de falência nos EUA. Estima-se que a empresa tenha cerca de US$ 7 bilhões em ativos líquidos, que poderiam ser usados para pagar credores — incluindo clientes brasileiros.
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Por outro lado, ainda que haja elementos da indústria influenciando o preço do ativo, a criptomoeda deverá seguir em compasso de espera, com possíveis altas limitadas pelo comportamento da curva de juros dos EUA.
“Esse é um fator que esperamos que vá contribuir muito para o próximo ciclo de bull market de cripto”, opina Valter Rebelo, analista de criptoativos da Empiricus Research.
Segunda maior cripto do mercado, o Ethereum (ETH) também não registra perdas neste mês. Além de acompanhar o Bitcoin, o ETH se sustenta na especulação em torno de mais uma atualização, que promete trazer mais uma melhoria focada em usabilidade. Na tarde de sexta, o ETH era negociado a US$ 1.664, com leve ganho de 1,1% no acumulado de setembro — no ano, subiu aproximadamente 39%.
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Confira o desempenho das principais criptomoedas em setembro de 2023:
Criptomoeda | Preço | Variação |
Bitcoin (BTC) | US$ 26.880 | +3,60% |
Ethereum (ETH) | US$ 1.664 | +1,10% |
BNB Chain (BNB) | US$ 215 | -0,55% |
XRP (XRP) | US$ 0,533 | +4,42% |
Cardano (ADA) | US$ 0,2499 | -2,15% |
Fonte: TradingView
Maiores altas de setembro
Algumas criptomoedas menores aproveitaram o alívio no preço do Bitcoin e registraram alta expressiva no último mês, com destaque para o protocolo de finanças descentralizadas Maker (MKR). O salto de quase 40% em setembro refletiu um maior otimismo de investidores com o projeto, que entregou receita de US$ 193 milhões no período.
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O valor é proveniente principalmente dos juros desembolsados pela DAI, uma criptomoeda indexada ao dólar que é a mais usada na Argentina. Cada unidade da cripto vale US$ 1, em valor garantido por reservas em criptomoedas e títulos do Tesouro dos EUA (treasuries) — que vêm pagando remuneração recorde pelos papéis.
Outro token com bom desempenho no mês foi o Toncoin (TON), ligado ao Telegram. A alta de 34% veio na esteira do lançamento da Space, uma nova carteira digital do aplicativo de mensagens.
As criptomoedas com as maiores altas de setembro de 2023:
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Criptomoeda | Preço | Variação |
Maker (MKR) | US$ 1.460 | +39,40% |
Toncoin (TON) | US$ 2,21 | +34,30% |
Chainlink (LINK) | US$ 7,97 | +27,80% |
THORChain (RUNE) | US$ 1,95 | +22,20% |
Tron (TRX) | US$ 0,08964 | +15,70 |
Fonte: CoinMarketCap
Maiores quedas de setembro
Na ponta negativa, o último mês trouxe mais perdas para a criptomoeda Gala (GALA), ligada ao conceito de metaverso em blockchain, um dos segmentos que mais sofrem com a baixa do mercado desde o ano passado. O ativo, que alimenta um ecossistema de jogos, vive um momento de decadência pela perda do apelo desse tipo de produto entre gamers.
No último mês, o token recuou cerca de 30%, aprofundando a desvalorização em menos de dois anos para mais de 98%.
As criptomoedas com as maiores baixas de setembro de 2023:
Criptomoeda | Preço | Variação |
Gala (GALA) | US$ 0,01421 | -30,40% |
XDC Network (XDC) | US$ 0,04851 | -24,40% |
Klaytn (KLAY) | US$ 0,1144 | -19,10% |
ApeCoin (APE) | US$ 1,22 | -18,30% |
Avalanche (AVAX) | US$ 9,16 | -11,70% |
Fonte: CoinMarketCap