Bitcoin tem 4º mês seguido de ganhos e segue “invicto” em 2023; veja altas e baixas das criptos em abril

Apesar de ambiente macro incerto, analistas apontam caminho livre para criptomoeda seguir em alta neste ano mirando o halving em 2024

Paulo Alves

(Andre Francois Mckenzie/Unplash)
(Andre Francois Mckenzie/Unplash)

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Apesar do sobe e desce dos últimos dias e de um ambiente macroeconômico ainda recheado de incertezas, o Bitcoin (BTC) caminha para continuar “invicto” em 2023, fechando em abril seu quarto mês seguido de alta no ano. Na manhã desta sexta-feira (28), a criptomoeda é negociada a US$ 28,971, com ganho de 2% nos últimos 30 dias, segundo dados da plataforma de gráficos TradingView — número modesto para um ativo volátil, mas ainda assim favorável.

O desempenho do ativo digital neste ano é impulsionado por agentes de mercado que começam a ver a possibilidade de arrefecimento na política alta nos juros dos EUA, o que ajuda a gerar uma dose de boa vontade com ativos de risco no geral. Mesmo após as crises do ano passado, dados apontam a volta gradual do otimismo entre investidores de criptos.

“O Índice de Medo e Ganância do Bitcoin, que mede o sentimento de mercado cripto, atingiu uma máxima de 68 pontos, nível não visto desde novembro 2021, indicando sentimento positivo”, aponta a Binance Research em relatório. “Este é um grande contraste com o último ano, quando o índice permaneceu principalmente na zona do ‘medo’ ao longo de 2022”.

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Apesar da recuperação ainda estar longe de apagar as perdas do ano passado, traders estão de olho no comportamento da criptomoeda com a proximidade de um evento que ocorre a cada quatro anos: o halving, corte pela metade nas emissões de BTC segundo sua política monetária programada em software, prevista para meados do ano que vem.

Alexandre Lin, country manager da TruBit, ressalta que algumas instituições e indivíduos acreditam que o Bitcoin pode se tornar um refúgio seguro em períodos de incerteza econômica e que, no longo, prazo, guarda correlação positiva com as ações dos EUA e uma negativa com o índice do dólar americano. “Com a tendência contínua de queda do índice do dólar americano e o próximo halving, o Bitcoin tem um potencial de alta a longo prazo”.

Por outro lado, analistas seguem cautelosos com os próximos passos do Bitcoin dada a sua sensibilidade às mudanças macroeconômicas. Para quem acompanha o mercado de perto, é preciso ainda ficar atento aos dados econômicos dos EUA.

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“O Bitcoin deve manter sua tendência de alta nos próximos meses, tendo em vista o controle da inflação, mas os investidores devem ficar atentos aos dados de uma possível recessão nos mercados americanos que podem acabar impactando diretamente a performance dos principais criptoativos”, comenta Antonio Bertuccio, head de estratégia da gestora de investimentos quantitativos iVi Technologies.

Confira o desempenho das principais criptomoedas em abril (até às 11h do dia 28):

Criptomoeda Preço Variação 
Bitcoin (BTC) US$ 28,971 +2,00%
Ethereum (ETH) US$ 1.885 +8,20%
Binance Coin (BNB) US$ 321 +3,40%
XRP (XRP) US$ 0,4683 -6,00%
Cardano (ADA) US$ 0,4008 +11,80%

Maiores altas de abril

O Bitcoin roubou a cena entre as criptomoedas mais valiosas, mas, no mercado como um todo, a campeã foi a Injective Protocol (INJ), token nativo de uma blockchain voltada para aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi), como bolsas descentralizadas para negociações à vista e de derivativos, mercados de previsão e protocolos de empréstimo. O ativo digital fecha o mês avançando 128%.

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Outro destaque do mês foi a Render (RNDR), uma criptomoeda que alimenta um mercado de processamento computacional que vem ganhando tração no mundo da Inteligência Artificial (IA). O token RNDR encerra abril em alta de mais de 100%, e segue como um dos que mais sobem no ano, com ganhos acumulados superando a marca dos 500%.

“A maioria [das criptomoedas de IA] ainda é resultado da busca por capital, e o fator de hype é maior do que a aplicação real”, alerta Lin, da Trubit. “É importante estar ciente dos riscos, mas a AI em si representa uma grande oportunidade narrativa no próximo ciclo. Se a combinação de AI e blockchain puder ser verdadeiramente alcançada, o potencial será enorme”.

As criptomoedas com as maiores altas de abril (até às 11h do dia 28):

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Criptomoeda Fechamento do mês Variação
Injective Protocol (INJ) US$ 8,53 +128,20%
Render (RNDR) US$ 2,47 +102,30%
Casper (CSPR) US$ 0,0542 +59,70%
Woo Network (WOO) US$ 0,2919 +56,00%
Internet Computer (ICP) US$ 5,96 +25,10%

Maiores quedas de abril

As criptomoedas com pior resultado no mês seguem com perdas proporcionalmente menores do que as vistas ao longo de 2022. No final da fila de desempenho em abril, com queda de 23,6%, está a Flare (FLR), focada em levar mais funcionalidade para a rede da XRP, mas que enfraqueceu após a Ripple anunciar melhorias para a tecnologia do seu token.

Em seguida aparece a PancakeSwap (CAKE), que não se recuperou de um hack ocorrido há mais de um ano, cai 23% em abril e é uma das poucas do top 100 do ranking global que registra perdas em 2023, na casa dos 12%.

A terceira colocada na lista de quedas é a Stacks (STX). No entanto, embora tenha caído 18,8% em abril, ainda acumula valorização na ordem de 240% no ano, apoiada por uma nova onda de geração de NFTs na rede do Bitcoin, algo que sua tecnologia ajuda a intermediar.

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As criptomoedas com as maiores baixas de abril (até às 11h do dia 28):

Criptomoeda Fechamento do mês Variação
Flare (FLR) US$ 0,3151 -23,60%
PancakeSwap (CAKE) US$ 2,75 -23,10%
Stacks (STX) US$ 0,7118 -18,80%
SingularityNET (AGIX) US$ 0,3373 -16,10%
Neo (NEO) US$ 10,60 -16,00%

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas