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SÃO PAULO – A melhora dos indicadores econômicos e o avanço na vacinação nos Estados Unidos têm permitido ao mercado ter expectativas mais otimistas em relação à recuperação da economia. Grande parte das boas notícias, entretanto, parece já estar incorporada no preço das ações negociadas nas bolsas americanas. Ao menos é o que defende o Bank of America (BofA).
Nos últimos 12 meses, até março, o índice S&P 500 apresentou ganhos de 54%, configurando a melhor janela de um ano desde 1936. Em relatório publicado nesta semana, o banco destacou que não só o atual patamar do S&P 500 já leva em consideração um cenário-base mais otimista, como os sinais indicam que uma virada de mão do mercado pode estar próxima.
Os analistas do banco citam como exemplo uma medida sobre a percepção média dos investidores quanto à evolução dos preços do ativos que aponta que, nos patamares atuais, a bolsa americana está a somente um ponto percentual de distância para que o sentimento geral do mercado passe de “bullish” para “bearish”, ou seja, de tendência de “compra” para de “venda”.
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Neste contexto, o BofA revisou para cima as projeções de resultado em 2021 das empresas cujas ações fazem parte do índice, em US$ 20, de US$ 165 para US$ 185 o lucro por ação, mas manteve a estimativa de 3,8 mil pontos para o índice S&P 500 até o fim do ano, o que implica queda de 8,9% em relação ao fechamento do dia 15 de abril. No ano, o índice americano sobe 11%.
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O banco faz ainda uma análise do “valuation” do S&P 500, mostrando que a bolsa americana está sendo negociada hoje com uma relação P/E (preço sobre lucro, na sigla em inglês) de 20 a 22 vezes, contra uma média de 15,5 vezes.
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“No quarto trimestre de 2020, as companhias que superaram as projeções de resultados tiveram desempenho pior que o índice nos dias seguintes, sugerindo que os preços já estavam esticados”, escrevem os analistas.
Para as carteiras dos clientes, o BofA tem dado preferência a companhias mais vinculadas ao desempenho da atividade americana, como “small caps” (ações das pequenas e médias empresas da bolsa) e empresas de setores cíclicos.