Publicidade
Caros(as) leitores(as),
Para quem está no mercado financeiro ou apenas investe, acompanhar o humor e os pensamentos dos grandes investidores é algo muito importante a ser feito. Entender o que se passa nessas mentes que gerem uma montanha bilionária de dinheiro pode indicar muitos fatores.
As melhores casas de investimento possuem times muito competentes e com pesquisas profundas. Além disso, o fato de movimentarem um caminhão de recursos financeiros dá um bom cheiro do que podemos esperar do fluxo.
Continua depois da publicidade
Essa semana, tivemos um evento bem relevante nesse contexto que eu citei: o evento anual da Verde Asset, mais conhecido como “Verde Day”. Para quem não é familiarizado, é uma das gestoras de recursos mais tradicionais do Brasil, casa de Luis Stuhlberger, um dos gestores mais vitoriosos da história do nosso país.
O evento era restrito a convidados, mas quem faz parte da comunidade Stock Pickers no Telegram teve acesso à cobertura do evento em tempo real – e gratuita, clique aqui caso você ainda não faça parte. Hoje trago aqui um “shot de otimismo” com algumas leituras que tive:
Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde, abriu o dia com um (inédito) otimismo em relação ao cenário macro brasileiro. Vários fatores externos fazem crer que teremos uma relação dívida/PIB mais bem endereçada.
Continua depois da publicidade
Ele até brincou sobre o tema dizendo que o Brasil iria bem a despeito de “você”, que no caso seria a condução das políticas pública e econômica do País. Um dos pontos mais importantes foi a visão estrutural do dólar mais fraco que, aliás, nesse momento, parece estar caro frente a uma cesta de moedas do mundo.
O PIB brasileiro recorrentemente surpreendeu para cima as expectativas do mercado (e da própria Verde) ao longo do tempo. Esta semana, por exemplo, tivemos a divulgação de um dado forte nesse sentido. Acho que essa linha deve seguir ocorrendo e ajudando a equalizar melhor a situação fiscal.
Estava sentado ao lado do meu amigo João Braga, fundador e gestor da Encore, ex-sócio de Stuhlberger. Trabalhou junto ao Daniel durante muitos anos e disse para mim: “caramba, nunca o vi tão otimista”. Esse painel me marcou muito.
Continua depois da publicidade
Ao fim do dia, depois de outros painéis incríveis, Stuhlberger subiu ao palco para fechar o evento. Entre outros pontos, vou destaque as principais posições de sua carteira:
19,5% em ações e 13% em crédito no Brasil. Na parcela global, 9,8% em ouro, 2,2% em crédito, 4,4% em ações e 1,4% em petróleo.
Uma posição razoável em bolsa brasileira, mas ainda ligeiramente abaixo da média histórica da casa. Quase 10% em ouro, com uma tese do dólar perder sua função como reserva de algumas geografias que culmina na compra da commodity por parte dos bancos centrais dessas regiões.
Continua depois da publicidade
Além dessas posições, Stuhlberger abriu uma tabela com suas proteções:
- Posição tomada em CPI dos EUA de 5 anos – ou seja, acreditando que o mercado está otimista demais com a inflação por lá;
- Tomado em juros de 2 anos no Japão – acredita que os juros deveriam ser muito maiores e mostrando uma grande convicção nessa tese;
- Put (opção de venda) de S&P 500 com “knockout” – Como uma posição vendida (aposta na queda) da bolsa americana, mas com perda limitada ao prêmio desses derivativos
Em resumo, as posições que mais me chamaram atenção na parcela de hedge: muitos gestores brasileiros apostando na alta de juros no Japão, o humor com Brasil está melhorando cada vez mais (o que pode ser bom para a bolsa) e a leitura de S&P como um índice “caro” segue presente.
Stuhlberger pontuou ainda algo curioso sobre “como operar Brasil”: somos um caso de “mean reversion”, compre quando tudo parece horrível e venda quando tudo parece maravilhoso. Essa síntese foi uma das melhores que já ouvi.