Não há quem não conheça a empresa fundada pelo lendário Steve Jobs na década de 1970. Com o crescimento da companhia nos últimos anos, comprar ações da Apple se tornou um desejo dos investidores. Sediada na Califórnia e listada na bolsa americana, a empresa que criou o iPhone é uma opção inclusive para os investidores brasileiros.
O que considerar antes de comprar
Antes de comprar ações da Apple, é importante conhecer melhor como a empresa funciona e sua performance no mercado, de tecnologia e de ações. Um bom começo é acompanhar o que dizem os analistas de corretoras e casas de análise que cobrem a companhia. Eles costumam emitir relatórios com suas opiniões sobre o futuro da empresa.
Nesses relatórios, os analistas dão orientações aos investidores: se acham que é hora de comprar, de vender ou de manter as ações. Em julho de 2019, entre 43 analistas que acompanhavam a Apple, aproximadamente metade sugeria a compra das ações. Apenas três recomendavam a venda e o restante, a manutenção.
Dentre os vários aspectos relacionados ao preço das ações da Apple, pelo menos três merecem atenção dos investidores que estiverem interessados. São eles:
A Apple vale cerca de US$ 1 trilhão
A Apple estreou na bolsa de valores em 1980, em um dos IPOs (oferta pública inicial) mais badalados da época. As ações foram vendidas a US$ 22 cada e no final do primeiro dia de negociação já valiam US$ 29. A companhia foi avaliada a cerca de US$ 1,8 bilhão, o que era uma enormidade. Hoje, a Apple vale perto de US$ 1 trilhão.
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O crescimento da companhia – sempre tida como uma das grandes inovadoras do mercado de tecnologia – se intensificou de 2007 para cá, desde o lançamento do iPhone. Com ele, a Apple delineou o mercado de smartphones, que se tornaram parte do dia das pessoas no mundo inteiro. Nos últimos anos, ela tem figurado na lista das maiores empresas dos Estados Unidos, rivalizando principalmente com Amazon e Microsoft.
Nos últimos anos, o valor de mercado da Apple seguiu a trajetória abaixo:
O desempenho financeiro se destaca
A Apple conquistou alguns dos seus resultados financeiros mais relevantes nos trimestres mais recentes. No primeiro trimestre fiscal de 2019, encerrado em dezembro de 2018, por exemplo, a empresa registou o maior lucro por ação da sua história: US$ 4,18.
Com essa performance, a Apple distribui dividendos regularmente aos seus acionistas – em geral, quatro vezes por ano. Nos últimos cinco anos, o pagamento de proventos aos investidores seguiu o seguinte padrão:
Ano |
Mês |
Valor por ação (US$) |
2019 |
Maio |
0,77 |
2019 |
Fevereiro |
0,73 |
2018 |
Novembro |
0,73 |
2018 |
Agosto |
0,73 |
2018 |
Maio |
0,73 |
2018 |
Fevereiro |
0,63 |
2017 |
Novembro |
0,63 |
2017 |
Agosto |
0,63 |
2017 |
Maio |
0,63 |
2017 |
Fevereiro |
0,57 |
2016 |
Novembro |
0,57 |
2016 |
Agosto |
0,57 |
2016 |
Maio |
0,57 |
2016 |
Fevereiro |
0,52 |
2015 |
Novembro |
0,52 |
2015 |
Agosto |
0,52 |
2015 |
Maio |
0,52 |
2015 |
Fevereiro |
0,47 |
Fonte: Apple RI
O monopólio das empresas de tecnologia incomoda
Como se tornaram algumas das maiores empresas do mundo, a atuação das empresas de tecnologia no mercado agora chamam mais atenção. Nos Estados Unidos, as autoridades têm questionado supostas práticas monopolistas. Investigações estão procurando identificar se as gigantes do setor estão atuando de forma ilegal para prejudicar a concorrência.
Esse assunto é incômodo para empresas como a Apple. Em geral, em sua defesa, as empresas de tecnologia argumentam que fazem investimentos pesados em inovação, resultando em produtos diferenciados e gerando empregos. Os desdobramentos desse tipo de acusação podem ter impacto sobre o desempenho das ações da companhia.
Passo a passo para investir nas ações da Apple
Existem dois caminhos principais para comprar ações da Apple sendo um investidor brasileiro: na Nasdaq, bolsa americana em que a empresa está listada, e também na bolsa brasileira. Na B3 estão disponíveis para negociação os BDRs da companhia (AAPL34).
Os Brazilian Depositary Receipts são certificados que representam ações emitidas por empresas no exterior, mas negociados aqui no pregão local. Esses papéis existem lá fora, e precisam ficar depositados e bloqueados em um custodiante. O responsável por garantir o funcionamento dessa estrutura é a instituição depositária que emite os BDRs no Brasil.
Na B3, estão disponíveis cerca de 200 BDRs atualmente – e os da Apple estão entre os mais negociados. Entre janeiro e maio de 2019, os papéis da empresa responderam 6,57% das operações realizadas com BDRs na bolsa de valores. A Apple só perde para os papéis da Amazon (7,26%), mas vende os do Google (5,35%). Os recibos da empresa são identificados com o código “APPL34” no pregão.
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Seja para comprar os BDRs na B3, seja para aplicar diretamente na Nasdaq, é preciso seguir alguns passos antes de comprar ações da Apple. Confira como investir:
Na bolsa brasileira (B3)
As corretoras são as instituições que enviam as ordens de compra e venda dos investidores para a bolsa de valores. Por isso, é necessário ter conta aberta em uma delas para investir nos BDRs da Apple. Existem mais de 80 autorizadas pela B3.
Antes de escolher uma delas, verifique o valor das taxas de corretagem. Esse valor (fixo, em reais, ou em percentual sobre a operação) é cobrado em cada compra ou venda de ações – mas algumas corretoras já não cobram essa taxa.
Para que a corretora execute a sua ordem na bolsa, é necessário ter dinheiro na conta. Isso é feito por meio de uma transferência (TED ou DOC) a partir do seu banco. Depois, basta acessar o home broker – sistema de negociação online – ou contatar a mesa de operações pelo telefone para passar seu pedido. Ele precisa especificar a quantidade de ações que você pretende adquirir e a que preço.
Na bolsa americana (Nasdaq)
O investidor também pode optar por comprar ações da Apple diretamente na Nasdaq – a bolsa em que elas são listadas – por meio de uma instituição financeira internacional. Em algumas, é possível enviar os documentos e abrir uma conta com facilidade.
Para transferir dinheiro para a conta internacional, é necessário fazer uma remessa por meio de um banco ou corretora de câmbio autorizada pelo Banco Central. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide nessa transferência, que normalmente também envolve o pagamento de tarifas à instituição financeira. A alíquota é de 1,1% sobre o valor enviado para fora, caso as duas contas sejam de mesma titularidade, ou de 0,38%, se as duas contas tiverem titularidade diferente. A referência para a operação costuma ser o câmbio comercial, mais um adicional.
Com o dinheiro lá fora, é só começar a operar. O pagamento de Imposto de Renda é feito no Brasil, mensalmente, com um Darf (documento de arrecadação de receitas federais). Quem aplica como pessoa física nos Estados Unidos paga alíquota de 15% sobre o ganho para volumes de até R$ 5 milhões, chegando a 22,5% em valores acima de R$ 30 milhões. A variação cambial deve ser considerada, caso a origem dos recursos tenha sido originalmente em reais.
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