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SÃO PAULO – Vários fatores influenciam a forma como lidamos com dinheiro, dentre eles aquilo que aprendemos com nossos pais. Para os psicólogos especializados em finanças comportamentais, a maior parte dos nossos valores financeiros é formada até os 12 anos.
Como mãe (ou pai), você se pergunta: o que fazer para que meu filho seja financeiramente responsável?
Fale abertamente sobre o assunto
Uma coisa é fundamental: não trate dinheiro como tabu. Os pais devem estar preparados para falar sobre tudo com os filhos, inclusive dinheiro. Adote um tom positivo e construtivo, de forma que a criança não desenvolva uma relação negativa com o assunto.
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Evite discutir valores: ao invés disso, concentre-se nos conceitos. Seu filho deve entender, logo cedo, que é preciso fazer escolhas inteligentes para o uso do dinheiro e que se trata de um recurso limitado. Nunca fale que não vai comprar alguma coisa por não ter dinheiro.
Ao invés disso, apresente suas razões: “Não vou comprar porque você já tem um brinquedo semelhante.” Desta forma, ao invés de uma preocupação (seu filho pode acreditar e ficar inseguro quanto à situação financeira da família), você aborda a questão do ponto de vista de princípios: no caso, o consumo por impulso.
Juros: o custo do dinheiro
Além de ensiná-lo a lidar no dia-a-dia com dinheiro, seja enfatizando a importância de pesquisar preços, de não comprar por impulso, você deve ensinar a criança sobre dois conceitos importantes: crédito e investimentos.
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Em um mundo no qual o dinheiro toma várias formas, e pode ser obtido através de uma máquina, ou com um cartão de plástico, é difícil para uma criança entender como tudo isso funciona. Aproveite para ensinar ao seu filho o custo do dinheiro, ou seja, sobre os juros, com a própria mesada.
Investir ou emprestar?
Imagine uma situação em que seu filho quer muito um brinquedo para o qual ainda não juntou o suficiente.
Apresente ao seu filho duas opções para realizar esse objetivo: investir parte da mesada todos os meses, ou tomar dinheiro emprestado.
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Deixe-o decidir se quer continuar poupando parte da mesada, ou se quer antecipar o seu sonho emprestando dinheiro de você. Caso opte pelo financiamento, desconte o valor dos juros na próxima mesada. Desta forma, ele aprende, sentindo no bolso, o custo do dinheiro e as vantagens de se planejar uma compra. Ilustre com exemplos o que poderia ter feito com o dinheiro que gastou nos juros.
Estimule, mas deixe-o errar
Todos nós cometemos erros, não podia ser diferente com as crianças. Você pode até estimular o seu filho a optar pela poupança, mas não pode, em absoluto, tomar decisões por ele. Seu papel deve ser orientar. No início, quando ainda estão se acostumando com o conceito de mesada, procure discutir com a criança diferentes formas de uso do dinheiro. É de se esperar que, em algum momento, se deixem tomar pelo consumo por impulso. Mas, você também não é vitima dele de vez em quando?
Por último não se esqueça: até os cinco anos, as crianças aprendem mais através da observação, de forma que você precisa agir de acordo com as mensagens que quer passar ao seu filho: você é o maior exemplo que ele pode ter. Ser um pai financeiramente responsável é a melhor forma de ter um filho assim.