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Bancos centrais enfrentarão tarefa difícil de controlar a inflação com aumento de juros, em parte pelas restrições de oferta que ainda assolam a economia global, disse vice-presidente da BlackRock, Philipp Hildebrand, em entrevista à Bloomberg nesta segunda-feira (9).
Ele apontou que a ordem mundial geopolítica está cada vez mais fragmentada e aponta para um prêmio de risco “muito mais elevado” do que no passado.
Nesse sentido, a escalada do conflito entre Israel e o grupo militante Hamas, segundo ele, é “uma manifestação de uma das forças de longo prazo do lado da oferta”.
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O petróleo subiu, enquanto os ativos de refúgio, incluindo o dólar e o iene, avançaram nesta segunda, enquanto os mercados tentavam analisar o impacto do conflito no Oriente Médio.
Mas, embora os mercados provavelmente permaneçam nervosos por alguns dias, eles acabarão se acalmando, disse Hildebrand.
O prêmio de risco em torno da geopolítica é muito mais elevado do que nas décadas anteriores. O conflito é mais um exemplo do motivo pelo qual é provável que entremos numa era de crescimento muito menor.
Philipp Hildebrand, vice-presidente da BlackRock
Hildebrand ainda chamou atenção do Fundo Monetário Internacional, que, na sua opinião, deveria focar discussão nesta semana em torno da nova realidade econômica, na qual os bancos centrais são menos capazes de apoiar o crescimento cortando as taxas de juro.
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“Estaremos num ambiente de inflação muito mais rígido e as taxas não serão capazes de descer para responder à fraqueza”, disse Hildebrand. “Essa deveria ser a estrutura do FMI e espero que eles comecem a prestar atenção a estas novas condições estruturais.”
O FMI e o Banco Mundial realizam as suas reuniões anuais em Marraquexe, Marrocos, esta semana.
O mercado já está aceitando o fato de que as taxas permanecerão altas por mais tempo, elevando o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos na semana passada para mais de 5%.
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(Com informações da Bloomberg)