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SÃO PAULO – O mercado acionário é repleto de jargões e termos em inglês utilizados para definir as transações e produtos. Então, é comum que os investidores, principalmente aqueles que estão inciando as transações com renda variável, fiquem com dúvidas sobre o significado de algumas palavras.
Para você não ficar perdido durante uma conversa sobre o assunto, ou mesmo enquanto está fazendo seus investimentos, selecionamos alguns termos bastante utilizados e perguntamos para o especialista da MoneyFit, André Massaro, os seus significados. Confira a seguir, por ordem alfabética:
Alavancagem
Alavancagem é, em poucas palavras, “trabalhar com o dinheiro dos outros”, afirma Massaro. De acordo com ele, é comum algumas corretoras oferecerem aos seus clientes a chamada “conta margem”, que é uma espécie de limite de crédito que permite ao investidor comprar mais ações ou ativos do que ele poderia com seus recursos próprios. “Quando alguém está usando ‘dinheiro emprestado’ para operar no mercado, diz-se que está ‘alavancado’, afirma.
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O termo “alavancagem” também é muito comum no mercado de derivativos (futuros, opções e swaps), onde pelas próprias características desse mercado, pode-se movimentar muitos contratos utilizando apenas uma fração do valor que eles teoricamente valem.
Carteira de ativos
É o nome que se dá ao conjunto de ativos financeiros (incluindo instrumentos de renda fixa e variável) de determinado investidor. “Normalmente se recomenda aos investidores que mantenham uma ‘carteira diversificada’ de investimentos, com vários instrumentos diferentes, de forma a minimizar o risco de cada ativo financeiro individualmente”, afirma o especialista.
Comprado
É simplesmente alguém que “comprou” algo e está na posse daquilo que comprou. Por exemplo, quem comprou 100 ações da Petrobras está, neste momento, “comprado” em 100 ações da Petrobras. “Soa estranho a quem é de fora do mercado o termo “comprado”, mas ele é usado em oposição ao termo ‘vendido’, que veremos mais a frente”, diz Massaro.
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Correção
O especialista da MoneyFit lembra que quando vemos um gráfico de preços de um ativo financeiro, ele geralmente forma um padrão de “escadinha”, alternando subidas e descidas. “Mesmo que a tendência geral do movimento seja de alta, essa alta se desenvolve como uma sequência de pequenas altas seguidas de quedas menores, formando a tal ‘escadinha’”, diz.
“A ‘correção’ é esse movimento que acontece em sentido oposto à tendência principal dos preços daquele ativo. Se os preços de determinada ação descrevem um movimento de alta de longo prazo, cada queda que ocorre no caminho é chamada de ‘correção’. Teoricamente, ela acontece para que os preços se ‘acomodem’ em determinado nível e ‘ganhem fôlego’ para continuar em sua trajetória principal”, explica.
Day trade
É um tipo de operação financeira em que a compra e a venda do ativo são feitas em uma única sessão, ou seja, um único dia. “Uma das vantagens do day trade é que o operador não fica exposto àquilo que se chama de ‘risco overnight’, que é a possibilidade de ocorrer um evento adverso entre uma sessão e outra (geralmente à noite, quando a bolsa está fechada)”, afirma.
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“Um exemplo de risco overnight é um evento negativo (de natureza econômica ou não) que afete os mercados da Ásia ou da Europa enquanto é madrugada no Brasil e, quando se inicia a sessão brasileira, o mercado já abre com muitos pontos de baixa”, conclui Massaro.
Hedge
É um tipo de operação que tem como objetivo proteger o valor de um ativo (financeiro ou não) de variações de preços desfavoráveis. “É essencialmente um ‘seguro’ contra essas variações”, diz Massaro. “Existem inúmeros tipos de operação de hedge, sendo as mais populares aquelas que usam instrumentos derivativos como contratos futuros e swaps”, completa.
IPO
Sigla de “Initial Public Ofering” ou “oferta pública inicial”, é quando uma empresa lança “novas” ações no mercado, com o objetivo de obter mais recursos financeiros para investir em seus projetos. Essas ações são ofertadas ao público, daí o nome “oferta pública”.
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Position
É um tipo de operação que tem um prazo mais longo que o swing trade. O position trade têm um horizonte de tempo que vai de algumas semanas até alguns anos.
Resistência
É o oposto do suporte. “Resistência é uma determinada faixa de preços onde, espera-se, eles começarão a cair”, diz Massaro.
Ele ressalta que os conceitos de “resistência” e “suporte” são bastante controversos e subjetivos. “Analistas técnicos tradicionais usam várias ferramentas para tentar determinar regiões de suporte e resistência em seus gráficos. Já alguns adeptos de outras escolas de análise consideram a simples existência de suportes e resistências mera fantasia”.
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Suporte
É uma determinada faixa de preços que, uma vez atingida durante uma queda, cria a expectativa de que o movimento vai se reverter e uma subida se iniciará. Por exemplo, determinada ação chegou a 25 reais e começou a cair. Por alguma razão (geralmente de natureza gráfica e associada à memória de preços das pessoas que participam do mercado), alguns analistas e investidores têm uma expectativa de que, ao chegar em 20 reais, o movimento se reverterá e o preço voltará a subir.
Suportes seriam níveis psicológicos de preços onde as pessoas passariam a perceber aquele ativo financeiro como “barato”, e começariam a comprar, revertendo a queda.
Swing-trade
O especialista da MoneyFit explica que, no gráfico de algum ativo financeiro, é possível observar uma alternância de movimentos de baixa e alta. “No mundo da bolsa, esses pequenos movimentos (que formam uma ‘escadinha’) são chamados de “swing” (de ‘balançar’ em Inglês)”, diz.
“Quando se observa um gráfico de barras onde cada barra representa um dia, um “swing” (também chamamos de “perna” de alta ou de baixa) geralmente é um movimento que dura entre 3 a 15 dias. Por isso acabou-se convencionando o uso do termo “swing trade” para operações que têm duração estimada nesse período”, completa.
Trader
O termo vem de “trade” (comércio). É aquele indivíduo que compra algo para revender depois com lucro – ou seja, não é o usuário final, ensina Massaro. No caso dos mercados financeiros, o termo se refere àquele investidor que compra ações ou ativos financeiros com a ideia clara de vendê-los em um momento oportuno; ele não tem intenção de manter aquele ativo em sua carteira permanentemente. “É, genericamente falando, o ‘especulador’, que opera no mercado em busca de movimentos oportunistas”, diz.
Vendido
“Este é mais um conceito estranho para quem não tem intimidade com o mercado financeiro”, afirma Massaro. O especialista ressalta que ‘vendido’ é aquele indivíduo que “vendeu algo que não tinha”, já que quando se trata de ativos financeiros e derivativos, é possível vender algo sem possuir, para recomprar no futuro a um preço menor, obtendo lucro com a diferença de preços.
“Esse indivíduo que vendeu aquilo que não tinha assume a obrigação de, em algum momento do futuro, comprar aquele ativo para equilibrar sua posição. Nesse período, diz-se que a pessoa está ‘vendida’ – ela vendeu algo que não tinha e tem o compromisso de comprar no futuro para repor”, ensina.
Volatilidade
É uma medida da variação dos preços de determinado ativo, em relação a outro ativo ou em relação à média de seus próprios preços. “Para tentar explicar de uma forma mais simples, um ativo mais volátil é aquele cujos preços se movem mais intensamente em termos percentuais. Uma ação que sobe ou cai 20% em determinado período é mais volátil que outra que se movimenta 10% no mesmo período”.