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Às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre na próxima quarta-feira (1), a gestora de patrimônio Azimut acredita que a autoridade monetária deverá começar a discutir os efeitos da subida de juros globais sobre o ciclo de afrouxamento monetário no Brasil.
Em comentário enviado a clientes, a casa afirmou que o Copom deve debater tanto o tamanho do ajuste total, quanto o ritmo de cortes a ser adotado, diante da visão de que as autoridades monetárias talvez tenham que manter os juros elevados por mais tempo e de uma piora na situação fiscal de vários Países, com destaque para os Estados Unidos.
Apesar disso, a gestora destacou que a inserção da discussão não deve ser vista como uma “condicionante” que poderia afetar a decisão da próxima quarta ou do encontro de dezembro.
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“Não nos surpreenderia se aparecesse, principalmente na ata, a ser divulgada no dia 7 de novembro, a discussão sobre a extensão do ciclo de cortes, ou mesmo sobre eventuais ajustes no ritmo de cortes. Mas alertamos que não entenderíamos isso como sinal da iminência de mudanças na estratégia de política monetária”, afirmou a Azimut.
Na avaliação da gestora, o Copom tem conduzido o processo de desinflação com cautela. A casa também defendeu que a volta da inflação à meta deve ocorrer de forma sustentável.
Segundo a Azimut, as condições domésticas de atividade e inflação favorecem a continuação do ciclo de corte de juros, com outra queda de 0,50 ponto percentual na reunião desta quarta, o que levaria a Selic para 12,25% ao ano.
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A visão também é defendida pelo Itaú. Em relatório enviado a clientes, o economista-chefe, Mario Mesquita, afirmou que espera uma manutenção do ritmo de cortes para a reunião da quarta-feira. Também há uma expectativa que a autoridade siga com a indicação de que prevê reduções — no plural — de mesma magnitude para os próximos encontros.
Para Mesquita, uma eventual mudança do plural para o singular poderia gerar, neste momento, uma interpretação assimétrica em favor de um corte mais moderado, de 0,25 ponto, o que a casa não entende como a opção mais adequada para o momento.
“Apesar do ambiente externo ter se tornado mais complexo, com aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos e conflito no Oriente Médio, a desvalorização do real frente ao dólar foi moderada e, internamente, as divulgações de inflação mostraram uma evolução mais benigna, com queda nas principais medidas centrais”, destacou o economista.
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Renda fixa isenta é um dos focos
Em meio a um cenário de taxas de juros elevadas no Brasil, a renda fixa, especialmente a isenta de Imposto de Renda, segue como uma das classes preferidas dentro da Azimut.
Em conversa com o InfoMoney, o CEO da gestora, Wilson Barcellos, afirmou que a classe tem oferecido retorno, segurança, isenção tributária e liquidez, diante de um cenário mais conturbado no exterior, com guerras e questões fiscais mais intensas.
Entre os produtos mais buscados estão Certificados do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs), além de debêntures incentivadas. Na hora de selecionar, a preferência tem sido por ativos com grau de investimento, especialmente aqueles com retorno atrelado ao CDI, e que sejam de setores com maior previsibilidade de receita, como rodovias e distribuição de energia, por exemplo.