Criptomoeda meme despenca 20% após movimentação suspeita de US$ 16 milhões

A capitalização de mercado do token caiu de US$ 444,4 milhões para US$ 352,7 milhões

Lucas Gabriel Marins

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A Pepe Coin (PEPE), uma criptomoeda meme que chegou a subir 50 mil vezes neste ano logo após seu lançamento, desabou 20% nesta sexta-feira (25), caindo de US$ 0,000001083 para US$ 0,0000008786 no momento da publicação deste texto.

A queda ocorreu após a carteira “multisig” do projeto enviar 16 trilhões de tokens PEPE, o equivalente a US$ 16 milhões, para quatro exchanges  – Binance, Bybit, OKX e KuCoin. A informação foi publicada primeiramente pelo CoinDesk.

Uma carteira multisig é aquela que requer mais de uma assinatura para realizar uma transação. É como um cofre que precisa da senha individual de várias pessoas para ser acessado, e não apenas de uma. No caso da Pepe Coin, o número de confirmações diferentes exigidas era de oito.

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Logo após a transação suspeita, no entanto, a equipe do projeto mudou a quantidade de oito para duas assinaturas apenas, o que deixou os investidores preocupados.

“Alguma razão pela qual a carteira multisig PEPE alterou o limite para apenas 2/8 assinaturas? Parece estranho, isso não é padrão, certo?”, escreveu um usuário no Twitter.

A capitalização de mercado do token caiu de US$ 444,4 milhões para US$ 352,7 milhões em meio às transferências, segundo o agregador CoinMarketCap.

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Sinais de alerta

A memecoin, inspirada em um meme de um sapo verde baseado em um desenho do cartunista Matt Furie, apresenta alguns sinais de alerta, que vêm sendo apontados por especialistas desde seu lançamento em abril deste ano.

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“Os criadores são anônimos, não sabemos quem está por trás, e mesmo quando olhamos o white paper [guia], que é bastante simplificado, [a criptomoeda] mostra que não tem um roadmap [planejamento] específico para utilidade, não tem um valor intrínseco e nem um potencial de retorno financeiro”, disse Vivan Satie, head de investimentos alternativos da Eleven, em entrevista ao Cripto+ em maio (assista à íntegra no vídeo acima).

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A cada dia, cerca de dez criptoativos são lançados no mercado, mas muitos se enquadram na categoria de shitcoin (termo usado para identificar criptos sem fundamento). Esse excesso de lançamentos ocorre por causa da facilidade de criar um token – há diversos modelos prontos disponíveis na internet, e basta conhecimento básico de programação e esforço em marketing para atrair investidores.

Por causa desse cenário que facilita o surgimento de golpes, como pump and dump (“inflar e largar”, em tradução livre) e rug pull (puxada de tapete), especialistas pedem para os investidores investigarem bem o projeto – verificar quem está por trás e o que promete – antes de alocar qualquer dinheiro.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney