FII Maxi Renda lidera ganhos após CVM suspender decisão sobre dividendos do fundo; Ifix fecha estável

Após a decisão anterior, as cotas do Maxi Renda acumularam queda de mais de 9% na semana passada

Wellington Carvalho

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Recuperando parte das perdas da semana passada – 9,5% – o fundo Maxi Renda (MXRF11) fechou a sessão desta terça-feira (1) em alta de 3,35%. O desempenho foi estimulado pelo comunicado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que atendeu nesta manhã o pedido de efeito suspensivo para a decisão sobre a distribuição de dividendos do fundo.

Por maioria de votos, o colegiado da autarquia entendeu, no final do ano passado, que um fundo imobiliário não poderia distribuir mais dividendos do que o lucro acumulado pela carteira. O posicionamento foi divulgado na última terça-feira (25).

A análise teve como base as demonstrações financeiras do Maxi Renda, entre 2014 e 2020, período em que o fundo chegou a apresentar prejuízo contábil e, mesmo assim, seguiu com a distribuição de dividendos.

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Na última quinta-feira (27), A CVM reforçou o posicionamento e avisou que o parecer poderia se estender a outros fundos em situação semelhante à do Maxi Renda, que encerraria a semana passada com queda de mais de 9%.

Com a decisão desta manhã, a autarquia explica que os efeitos da decisão sobre o Maxi Renda, que sacudiu o segmento de fundos imobiliários nos últimos dias, estão suspensas.

“O referido pedido de efeito suspensivo, formulado pelo administrador do Maxi Renda Fundo de Investimento Imobiliário, foi deferido pelo Colegiado da CVM. Com isso, os efeitos da decisão deliberada no dia 21 de dezembro de 2021, estão suspensos”, diz o comunicado da autarquia.

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A autarquia pondera que o efeito suspensivo perderá efeito caso os administradores do Maxi Renda não apresentem, no prazo de 15 dias úteis, o pedido de reconsideração da decisão.

IFIX Hoje

Na sessão desta terça-feira (1), o IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou praticamente estável, com leve queda de 0,01%, aos 2.776 pontos. Confira os destaques de hoje:

Maiores altas desta terça-feira (01):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
MXRF11 Maxi Renda Híbrido 3,35
BZLI11 Brazil Realty Títulos e Val. Mob. 2,94
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 1,9
XPCI11 XP Credito Imobiliario Outros 1,77
VIFI11 Vinci Instrumentos Financeiros Títulos e Val. Mob. 1,51

Maiores baixas desta terça-feira (01):

Ticker Nome Setor Variação (%)
KISU11 KILIMA Títulos e Val. Mob. -2,89
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas -2,51
TGAR11 TG Ativo Real Outros -2,28
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística -2,25
BARI11 BARIGUI Títulos e Val. Mob. -1,77

Fonte: B3

Banco do Brasil atrasa pagamento para o BB Progressivo, Hospital Unimed Sul reduzirá dividendos e mais assuntos

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

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Banco do Brasil atrasa pagamento de aluguel ao FII BB Progressivo (BBFI11B)

Em fato relevante divulgado nesta segunda-feira (31) o fundo BB Progressivo comunicou não ter recebido o pagamento do aluguel devido pelo Banco do Brasil em janeiro.

A instituição financeira ocupa o imóvel Centro Administrativo (CARJ), no Rio de Janeiro (RJ) e já havia entrado com uma ação revisional do contrato de locação com o fundo.

De acordo com o comunicado, o atraso no pagamento do aluguel reduzirá a próxima distribuição de dividendos em aproximadamente R$ 5,19 por cota.

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No início de dezembro de 2021, o BB Progressivo também havia comunicado problemas no recebimento da locação. Dias depois, o fundo avisou que o valor do aluguel, de R$ 2,2 milhões, foi depositado judicialmente com a correção prevista no contrato.

Com patrimônio líquido de R$ 330 milhões, o fundo tem hoje 8.598 cotistas. Além do CARJ, o BB Progressivo conta com outro imóvel na carteira, o SEDE I, em Brasília. No final do mês de novembro, a taxa de vacância do portfólio estava em 40%.

FII Hospital Unimed Sul (HUSC11) anuncia redução de 33% na distribuição de dividendos

O fundo Hospital Unimed Sul Capixaba anunciou que vai reduzir em cerca de 33% o volume de distribuição de dividendos nos próximos meses. O percentual equivale a aproximadamente R$ 0,20 por cota.

Segundo comunicado ao mercado, a redução é necessária para a realização de obra emergencial na área técnica do empreendimento e que afeta diretamente a operação do hospital.

O fundo ressalta que o trabalho está em fase de elaboração de orçamento e, diante disso, poderão ocorrer outras reduções na distribuição de dividendos.

Por se tratar de uma obra emergencial e urgente, o FII Hospital Unimed Sul Capixaba decidiu arcar com os custos da reforma para dar celeridade ao trabalho e evitar um prejuízo maior ao imóvel e aos investidores.

Em janeiro, o fundo distribuiu R$ 0,60 por cota, o equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,48%. Em 12 meses, as cotas da carteira acumulam queda de 26%.

Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) tem novo inquilino no Bravo! Paulista

O fundo Rio Bravo Renda Corporativa anunciou, na manhã desta terça-feira (1), o ingresso do primeiro locatário do imóvel Bravo! Paulista, em São Paulo (SP), após o retrofit do espaço concluído no final de 2021.

O fundo celebrou um contrato de locação com a GreenRun, da área de jogos e tecnologia, que ocupará os pavimentos 13º e 14º, uma área de 966 metros quadrados.

O prazo de vigência do contrato com a GreenRun será de 5 anos, com início de vigência em 1º de fevereiro de 2022. O indexador de reajuste é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Além disso, o contrato prevê o direito de preferência da locatária, pelo prazo de 12 meses, para uma eventual expansão com a locação do 12º pavimento do Edifício.

O Rio Bravo Renda Corporativa adquiriu o Bravo! Paulista, que fica na Avenida Paulista, uma das principais vias da cidade de São Paulo, em fevereiro de 2020, em uma transação de R$ 67 milhões.

FII Hotel Maxinvest (HTMX11) segue sem distribuição de dividendos

O fundo imobiliário Hotel Maxinvest anunciou nesta segunda-feira (31) que seguirá sem distribuição de dividendos aos cotistas em fevereiro. O último pagamento foi realizado em março de 2020.

A decisão tomou como base as dificuldades e incertezas causadas pela pandemia de Covid-19 no ramo hoteleiro e pelo fato de o fundo não ter auferido rendimento caixa.

No relatório gerencial de janeiro, o fundo destacava que ainda acumula um prejuízo equivalente a R$ 3,07 por cota, somando os resultados entre março de 2020 e dezembro do ano passado.

Atualmente, a carteira do FII Hotel Maxinvest é composta por 455 unidades hoteleiras espalhadas por diversas regiões de São Paulo (SP). Em novembro de 2021, a taxa de ocupação estava em 64%. O fundo tem hoje uma base de 24.125 cotistas.

Giro imobiliário: caso Maxi Renda ajuda a empurrar fundos imobiliários para baixo em janeiro; FII Autonomy lidera ganhos e XP Macaé tem maior perda

Após a forte valorização em dezembro de 2021, quando teve alta de 8%, o IFIX – índice que reúne os principais fundos imobiliários da Bolsa – encerrou o primeiro mês de 2022 com queda de 1%. O Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) foi o destaque positivo de janeiro e o XP Macaé (XPCM11), o negativo. Nenhum deles, porém, foi mais comentado do que o Maxi Renda (MXRF11) no período.

Maior fundo imobiliário do País em número de cotistas – 488 mil – o Maxi Renda teve a distribuição de dividendos questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por maioria de votos, o colegiado da autarquia entendeu, no final do ano passado, que um fundo imobiliário não pode distribuir mais dividendos do que o lucro acumulado pela carteira. O posicionamento foi divulgado no dia 25 de janeiro.

A análise teve como base as demonstrações financeiras do Maxi Renda, entre 2014 e 2020, período em que o fundo chegou a apresentar prejuízo contábil e, mesmo assim, seguiu com a distribuição de dividendos. Nesta sexta-feira (31), o Maxi Renda voltou a subir e interrompeu uma sequência de quatro sessões de queda.

Dos 104 fundos imobiliários que compõem o Ifix, 48 encerraram janeiro no campo positivo. O Autonomy Edifícios foi o destaque da lista, com valorização de 6,6% no período. Com queda de quase 14%, o XP Corporate Macaé encabeçou a lista das maiores quedas do mês de janeiro.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.