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O Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) sagrou-se o fundo imobiliário – dentre os principais listados na B3 – com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) de novembro, alcançando 1,42%. O FII realizou um pagamento R$ 1,44 por cota neste mês.
Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base os fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice que reúne os FIIs mais líquidos da B3.
Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês. A última foi o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), que pagará R$ 0,85 por cota, acima dos R$ 0,80 distribuídos em novembro. O repasse deste mês equivale a um dividend yield de 0,98%.
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Dos 108 fundos monitorados pelo InfoMoney, 25 tiveram em novembro dividend yield acima de 1% no mês. O número é inferior aos 32 registrados em outubro e aos 40 de setembro.
Confira a lista dos dez maiores pagadores de novembro de 2022:
Ticker | Fundo | Setor | Retorno com dividendos em novembro (%) |
CACR11 | Cartesia Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 1,42 |
RZAK11 | Riza Akin Fundo de Investimento Imobiliário | Títulos e Val. Mob. | 1,38 |
NCHB11 | NCH EQI High Yield Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 1,34 |
VSLH11 | Versalhes Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 1,33 |
VGIR11 | Valora CRI CDI FII | Títulos e Val. Mob. | 1,31 |
PLCR11 | Plural Recebíveis Imobiliários | Híbrido | 1,26 |
OUJP11 | Ourinvest JPP FII | Títulos e Val. Mob. | 1,24 |
TGAR11 | FII TG Ativo Real | Desenvolvimento | 1,23 |
MCHF11 | Mauá Capital Hedge Fund FII | Títulos e Val. Mob. | 1,20 |
RZTR11 | FII Riza Terrax | Híbrido | 1,20 |
Fonte: Economatica. Dados coletados com referência a 25/11/22.
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O Átrio Reit Recebíveis (ARRI11), que em outubro liderou a lista com um retorno mensal de 1,56%, nem chegou a aparecer entre os dez FIIs com maior dividend yield em novembro.
Já o Riza Akin (RZAK11), tradicional integrante do ranking e várias vezes campeão, ocupou o segundo lugar na lista de novembro, com um dividend yield de 1,38% no mês em que pagou R$ 1,40 por cota.
O Brazilian Graveyard And Death Care (CARE11) segue como único FII do Ifix que não têm distribuído dividendos. Primeiro fundo do segmento de cemitérios, a carteira chegou a ficar cinco anos sem pagar proventos, até julho de 2020, após a venda de um dos ativos do portfólio. O último repasse da carteira ocorreu em setembro de 2021.
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Cartesia Recebíveis Imobiliários, o FII com maior dividend yield de novembro
Destaque de novembro, o CACR11 é um FII de “papel”, que investe em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário. Seu patrimônio atual supera R$ 188 milhões.
Apenas ao longo deste ano, a base de cotistas do fundo aumentou 89%, alcançando 6.577 investidores no fim de outubro. O número ainda o caracteriza como um FII pequeno, porém em expansão. Apenas no mês passado, o número de cotistas cresceu 22%.
Seu desempenho no trimestre passado pode ter atraído novos investidores. Ao contrário de outros fundos imobiliários de papel, o Cartesia Recebíveis Imobiliários não diminuiu o valor dos dividendos distribuídos aos cotistas nos meses recentes em que houve deflação registrada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
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Pelo contrário, os rendimentos chegaram a aumentar em alguns exercícios. A distribuição por cota foi de R$ 1,52 em julho, R$ 1,54 em agosto e R$ 1,56 em setembro, os três meses em que o IPCA ficou negativo. Em junho, antes do movimento começar, o pagamento havia sido de R$ 1,38 por cota.
Essa não foi a regra entre os FIIs de “papel”, também chamados de fundos de recebíveis. Essas carteiras investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI (certificados de depósito interbancário). Quando o indexador do título sobe, a receita do fundo cresce e os dividendos pagos aos investidores pode ser elevado.
Foi o que aconteceu em 2021 e ao longo do primeiro semestre deste ano, quando tanto a inflação quando a Selic – taxa básica de juros – estavam subindo.
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Mas a dinâmica do FII de “papel” também determina que quando o indexador do título cai – como ocorreu com o IPCA entre julho e setembro – a receita do fundo encolhe e acaba refletindo nos dividendos pagos aos investidores.
O CACR11, porém, tem uma diferença em relação a outros FIIs de “papel”. “A atualização monetária de todos os CRIs [Certificados de Recebíveis Imobiliários] investidos considera somente variações mensais positivas do indexador (IPCA/IBGE), protegendo os CRIs contra possíveis deflações”, informa o fundo em seu relatório gerencial de outubro.
“Assim, a variação negativa de -1,33% do IPCA entre julho a setembro na prática resultou na manutenção do saldo devedor dos CRIs, portanto, um ganho adicional aos cotistas”, diz o documento.
Um levantamento realizado pela Eleven Financial aponta que apenas 15% dos FIIs de “papel” do mercado possuem a mesma proteção do CACR11 em mais de 70% dos títulos incluídos no portfólio.
Fora isso, também beneficia o desempenho do CACR11 a gestão ativa da carteira, incluindo e tirando papéis do portfólio conforme seus resultados.
Na última sexta-feira (25), por exemplo, o fundo anunciou que havia comprado R$ 8 milhões em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) emitidos pela Habitasec Securitizadora com remuneração equivalente ao CDI mais juros de 7,5% ao ano e vencimento em 8 de julho de 2023.
“A gestão do fundo opera ativamente no mercado secundário para destravar a correção monetária acruada, visando
dar ao cotista relativa previsibilidade de rendimentos”, diz o relatório gerencial.
FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses
No acumulado dos últimos 12 meses, o Riza Akin segue sendo o FII com melhor dividend yield entre os fundos imobiliários do Ifix. No período, a carteira acumula uma taxa de retorno com dividendos de 21,19%.
Na sequência, aparecem o Urca Prime Renda (URPR11) e o Ourinvest JPP (OUJP11), com taxas de 18,48% e 17,60%, respectivamente. Confira a lista completa:
Ticker | Fundo | Setor | Retorno com dividendos em novembro (%) |
RZAK11 | Riza Akin FII | Títulos e Val. Mob. | 21,19 |
URPR11 | Urca Prime Renda FII | Títulos e Val. Mob. | 18,48 |
OUJP11 | Ourinvest JPP FII | Títulos e Val. Mob. | 17,60 |
NCHB11 | NCH EQI High Yield Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 17,58 |
CACR11 | Cartesia Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 17,37 |
ARRI11 | FI Átrio Reit Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 16,97 |
PORD11 | Polo Crédito Imobiliário FII | Títulos e Val. Mob. | 16,83 |
ARCT11 | Riza Arctium Real Estate FII | Híbrido | 16,76 |
VGHF11 | Valora Hedge Fund FII | Títulos e Val. Mob. | 16,33 |
PLCR11 | Plural Recebíveis Imobiliários | Híbrido | 16,07 |
Fonte: Economatica. Dados coletados com referência a 25/11/22.
Com patrimônio de R$ 318 milhões, o Riza Akin (RZAK11) investe predominantemente em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), que respondem atualmente por 84,3% da carteira.
Atualmente, 60,2% dos títulos estão indexados à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) e 39,8% ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, conforme aponta relatório gerencial do fundo divulgado em setembro.
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