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O sucesso do Ethereum (ETH), a principal blockchain de uso comercial do mundo, fez surgir uma leva de alternativas criadas para desbancá-la de sua posição dominante no mundo dos aplicativos descentralizados. Rapidamente, elas viraram “queridinhas” dos investidores.
Solana (SOL), com sua alta velocidade para processar transações; Avalanche (AVAX), com suas sub-redes; e a Cardano (ADA), com tecnologia de porte acadêmico, atraíram bilhões de dólares em aportes, mas muitas das promessas feitas no auge do mercado cripto, em 2021, ainda não foram cumpridas — e quem apostou na alta está perdendo dinheiro.
Quem comprou ADA e AVAX nos pontos máximos acumula prejuízo de 91%, e os investidores que alocaram em SOL registram perdas na ordem de 94% desde que atingiu o topo de US$ 260 (hoje ela vale US$ 17).
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Passados cerca de dois anos de seu melhor momento, o que esperar dessas criptomoedas? Analistas ouvidos pelo InfoMoney dividem opiniões acerca do futuro dos projetos: ora elogiam e apontam potencial, ora “decretam o fim” dos ativos digitais.
Veja, a seguir, os motivos para seguir apostando ou desistir de uma vez de SOL, ADA e AVAX.
Solana (SOL)
Uma das “queridinhas” do período de alta das criptos, a Solana (SOL) vive um momento triplamente conturbado: além de ter cedido quase 94% do topo histórico, o criptoativo perdeu seu principal financiador, o ex-bilionário Sam Bankman-Fried, que faliu a exchange FTX; e ainda foi citado pela Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais nos EUA, valor mobiliário.
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Ainda assim, analistas têm avaliações mistas sobre o ativo SOL, que alimenta a blockchain Solana.
“Apesar de tudo isso, o ecossistema continua funcionando e a comunidade continua fazendo atualizações. A Solana sobreviveu ao teste de fogo que foi a queda da FTX”, avalia Rony Szuster, analista da área de research do Mercado Bitcoin. “Por outro lado, perdeu muito financiamento, e isso tende a fazer com que os desenvolvedores percam interesse”. Para ele, Solana não é uma “call ruim” para o longo prazo, mas é preciso ter cautela com o projeto.
Mais otimista, Ricardo Pegnoratto, analista de criptoativos da Top Gain, acredita que a recuperação do mercado como um todo deve dar um novo impulso à Solana, oferecendo ao projeto uma nova oportunidade de consertar os erros do passado.
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Já Felipe Martorano, analista da VG Research, relembra que até recentemente Solana estava entre as apostas de muitos, entre outros motivos, por sua tecnologia, mas que tudo mudou com a queda da FTX e a perda de um financiador importante. Ainda assim, ele concorda que desenvolvedores segue trabalhando, mas a projeção de dias melhores ficou mais incerta.
“Solana é um dos casos mais desafiadores de se avaliar. Embora eu não a considere um projeto completamente falido, é inegável que existem riscos adicionais envolvidos. Sua recuperação no mercado dependerá de uma série de fatores, incluindo a estabilidade geral do mercado de criptomoedas e a capacidade da equipe por trás da Solana de enfrentar os desafios atuais e recuperar a confiança dos investidores”.
Avalanche (AVAX)
Considerada inicialmente uma das blockchains que poderiam desbancar o Ethereum, a Avalanche (AVAX) mostra fraqueza em termos de preço, com queda de 92% da máxima atingida em novembro de 2021.
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Para Francis Wagner, analista da Cripto do Brasil, empresa do grupo Hurst Capital, a Avalanche apresenta características atraentes como escalabilidade e velocidade de processamento, posicionando-se como uma forte concorrente da rede Ethereum.
Pegnoratto, da Top Gain, também elogia o projeto por seu potencial de escalabilidade e desenvolvimento de aplicativos. “[A Avalanche] recentemente recebeu um aumento significativo em número de endereços ativos, ultrapassando os 780.000, um aumento de mais de 87%”, pontua. “Acredito que, diante de um novo ciclo de alta, AVAX tem condições de se recuperar e entregar bons retornos para seus investidores”.
Por outro lado, Szuster, do MB, não vê espaço para a maioria dos concorrentes do Ethereum em um mundo onde múltiplas blockchains possam conviver e ter vida própria. “Não colocaria em uma carteira para o longo prazo”, diz.
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Cardano (ADA)
Martorano e Pegnoratto lembram que a Cardano tem uma comunidade engajada e alto número de desenvolvedores, além de tecnologia elogiada com bom suporte acadêmico.
Mas ambos têm ressalvas, como a demora na entrega de melhorias que acaba passando para o investidor a ideia de que o projeto poderá não decolar.
“A concorrência no setor das criptomoedas é acirrada, e o tempo de desenvolvimento prolongado de Cardano pode ter impactado sua posição no mercado em comparação as demais matadoras de Ethereum, além da própria Ethereum”, comenta o analista da VG.
Já o profissional da Top Gain aponta que, ao ter sido considerada pela SEC como valor mobiliário, a Cardano precisará ter ainda mais resiliência. “Apesar de todos esses pontos, continua sendo um cripto ativo com boa capitalização e que no mercado especulativo continua colocando dinheiro no
meu bolso”.
Em tom mais pessimista, Rony Szuster não considera que Cardano tenha boas chances no longo prazo, junto com Avalanche, por falta de espaço na briga por protagonismo com o Ethereum. “Elas não têm um foco nichado como tem a Solana com as gamecoins (criptomoedas de jogos)”.