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Pouco mais de três meses após o lançamento do seu Fiagro, a Suno Asset vai fazer um follow-on (oferta subsequente) para captar até R$ 150 milhões, segundo fato relevante publicado nesta sexta-feira (25).
A operação deve emitir inicialmente 1,2 milhão de novas cotas pelo preço de R$ 100,35 cada, totalizando cerca de R$ 120 milhões. O valor de cada cota será de R$ 100,20, somado a R$ 0,15 de custo de oferta. Se houver demanda, é possível que haja um lote adicional de 300 mil novas cotas, para levantar mais R$ 30 milhões.
O Fiagro SNAG11, fundo que investe nas cadeias produtivas agroindustriais, estreou na Bolsa brasileira no dia 8 de agosto e já reúne mais de 25 mil investidores (99% pessoas físicas), segundo dados da gestora. No dia 14 de outubro, o fundo atingiu patamar recorde de liquidez, negociando R$ 14 milhões em um único pregão.
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Atualmente, o patrimônio líquido ajustado do SNAG11 é de aproximadamente R$ 150 milhões. Com o o follow-on, deve dobrar, chegando a R$ 300 milhões distribuídos em 3 milhões de cotas.
O InfoMoney apurou que há planos de fazer novas ofertas em 2023. A gestora já se comprometeu publicamente com a meta de alcançar um patrimônio de R$ 800 milhões no Fiagro até o final de 2023. O objetivo é ter um fundo com patrimônio de R$ 1 bilhão até 2024.
Atualmente, o patrimônio do SNAG11 se divide em três ativos. Um deles é um CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) da Boa Safra Sementes (SOJA3) que reúne 42 devedores nos estados de Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Piauí, Goiás e Mato Grosso. O papel concentra 83,77% do patrimônio do fundo, equivalente a R$ 125 milhões.
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Já os R$ 25 milhões restantes (16,23% do patrimônio) estão alocados em dois imóveis rurais também da Boa Safra, em Primavera do Leste e Sorriso, ambos no estado de Mato Grosso.
Estima-se que após o follow-on o patrimônio do fundo mude de proporção, com cerca de 88% alocado em CRAs e 12% em imóveis rurais.
Para onde vão os recursos
A pretensão da Suno é gerir um fundo bilionário, que permita investir em ativos relacionados a outras commodities agrícolas além da soja, como milho, café, laranja e até mesmo proteína animal (frango e boi).
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Os R$ 150 milhões da nova emissão deverão ser direcionados majoritariamente ao CRA da Boa Safra que já se encontra no portfólio, aumentando o número de devedores e regiões atendidas para algo em torno de 100 devedores. O CRA teria capacidade de sustentar um investimento de até R$ 500 milhões, contando com os R$ 125 milhões já alocados. Devem ser investidos mais R$ 140 milhões dos recursos entrantes. Já os R$ 10 milhões restantes podem ser usados na compra de imóveis rurais, apurou o InfoMoney.
Segundo fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o montante mínimo da oferta seria de R$ 5 milhões, correspondente a 50 mil cotas. A previsão é de que o valor esteja disponível para o fundo no dia 29 de dezembro. A intenção é alocar os recursos no decorrer de janeiro de 2023.
De acordo com fato relevante, todos os investidores pessoa física, profissionais e institucionais terão direito a participar da oferta. A data-base (“data com”) para ter o direito de preferência será a próxima quarta-feira (30).
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Os investidores poderão adquirir cotas na proporção de 0,8 vez as cotas que já possuem atualmente. Os cotistas poderão exercer o seu direito de preferência entre os dias 2 e 14 de dezembro. No dia 16 de dezembro, o fundo deve divulgar quantas cotas foram subscritas. Interessados em sobras, caso haja, podem se manifestar de 19 a 22 de dezembro, de acordo com cronograma. A previsão é de que as cotas sejam integralizadas apenas em 19 de janeiro, apurou o InfoMoney.
Rentabilidade
Atualmente, o retorno do CRA da carteira é equivalente à taxa do CDI (principal indicador de referência para investimentos de renda fixa) mais uma taxa 3% ao ano, enquanto os imóveis rurais entregam IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais taxa de 8% ao ano.
Isso se traduz em uma taxa de retorno com dividendos (dividend yield) de 14% para 2022, segundo estimativas públicas da Suno Asset. A gestora paga os dividendos com o CDI, os 3% de juros e mais os 8% dos imóveis rurais. O IPCA corrige o valor dos imóveis rurais, mas não é distribuído junto com os outros rendimentos.
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No passado, a gestora já reforçou que a meta é de que os dividendos pagos mensalmente aos acionistas sejam de R$ 1,20. Mesmo com o follow-on, é possível que esse patamar se mantenha, apurou o InfoMoney, dada a expectativa do mercado de que o CDI não recue tão cedo. Os dividendos de Fiagros são isentos do Imposto de Renda.