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Os fundos imobiliários que têm a Americanas como locatária ainda avaliam o impacto da situação da empresa nas operações das carteiras, mas apostam nas multas previstas nos contratos de locação para atenuar eventuais prejuízos provocados pelo agravamento da saúde financeira da companhia.
A varejista encontrou em uma análise preliminar o que chamou de “inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões ligadas à conta de fornecedores. Após a detecção dessas inconsistências, o presidente-executivo, Sergio Rial, decidiu deixar a companhia.
Um dos FIIs mais expostos à empresa é o GGR Covepi (GGRC11), que aluga um centro de distribuição (CD) para a B2W – do mesmo grupo das Americanas – em Uberlândia, em Minas Gerais. Na sessão de quinta-feira (12), o fundo registrou a maior queda do dia: quase 4%.
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Em termos de receita, o CD Uberlândia representa hoje 19,50% da receita do GGRC11 e 24% da área bruta locável (ABL) total da carteira.
De acordo com comunicado do fundo, o imóvel possui 89 mil metros quadrados de área construída e o contrato com o locatário é atípico – que prevê multa em caso de rescisão do vínculo antes de setembro de 2027.
A carteira ainda precisa pagar a última parcela do imóvel, mas já teria direito à indenização em caso de devolução antecipada do condomínio logístico.
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“Ou seja, em caso de rescisão, a locatária deverá pagar uma multa equivalente ao valor aproximado de R$ 106 milhões”, aponta o comunicado do fundo. “A carteira terá o direito ao recebimento de 79,64% do valor pago, percentual proporcional às parcelas pagas pelo imóvel até o momento”, completa o texto.
Apesar da ressaltar a garantia, o fundo sinaliza não acreditar na devolução do imóvel, apontado como estratégico para a Americanas.
De acordo com o GGR Covepi, o espaço abastece e distribui mercadoria para 12 estados brasileiros e está locado por valores abaixo da média de mercado da região.
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Caso necessário, acrescenta comunicado do fundo ao mercado, o imóvel tem alta possibilidade de reposicionamento para um novo locatário.
Sem pendências financeiras – por enquanto
No caso do RBR Log (RBRL11), a Americanas representa 11,4% da ABL do fundo e 7% da receita de locação.
O fundo diz que, até o momento, não há qualquer pendência financeira por parte da locatária, que havia comunicado no final do ano passado o interesse em rescindir o vínculo com a carteira.
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Se confirmada a saída, o contrato prevê o cumprimento de aviso prévio de 12 meses após a comunicação da rescisão, além de uma multa estimada em 4,7 aluguéis.
Pelo menos outros cinco fundos imobiliários – dos segmentos de renda urbana e logística – mantêm atualmente alguma ligação com a Americanas. Além deles, os FIIs de shopping – que eventualmente abrigam lojas Americanas – também poderiam ser afetados pela situação financeira da varejista.
O Hedge Brasil Shopping (HGBS11), por exemplo, calcula que a empresa representa 1,28% das receitais totais da carteira, considerando os últimos 12 meses.
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