FIIs: Capitânia ‘ataca novamente’ e sugere a liquidação de novos fundos; entenda

Detentor de mais de 5% das cotas do FII Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11), a Capitânia Investimentos sugeriu a venda do portfólio do fundo investido e, consequentemente, a liquidação da carteira.

A proposta não é novidade para a gestora que, em 2022, defendeu a venda de ativos de outros fundos imobiliários.

No caso do SADI11, a Capitânia solicitou, na última sexta-feira (23), a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir o tema com os demais cotistas.

Atualmente, o Santander Papéis Imobiliários tem um patrimônio líquido de R$ 315 milhões, sendo quase 92% do montante investido em certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e o restante em cotas de outros FIIs.

Pela proposta, a Capitânia defende a venda de todos os papéis que compõem atualmente a carteira do SADI11 e, posteriormente, a amortização das cotas do fundo investido.

“A negociação em mercado secundário de todo e qualquer ativo integrante da carteira do fundo, observando as condições comerciais estipuladas pelos cotistas em um prazo máximo de 45 dias contados da aprovação da matéria”, sugere o pedido. “Caso aprovada a matéria, [sugerimos a] liquidação antecipada do fundo e a consequente amortização de todas as cotas no prazo de até 30 dias após a consumação da negociação dos ativos”, completa o texto.

Um dia antes da solicitação feita ao Santander Papéis Imobiliários CDI, a Capitânia propôs a venda do portfólio do FII Legatus Shoppings (LASC11), fundo que tem participação nos empreendimentos Parque Shopping Belém (PA), Boulevard Vila Velha (ES) e Boulevard Campos (RJ).

Diferentemente do SADI11 – que cobrou mais informações para a convocação da AGE – o LASC11 já sinalizou que organizará a assembleia pedida pela Capitânia.

A defesa para a venda dos ativos do SADI11 e do LASC11 são apenas alguns dos exemplos do ativismo assumido pela Capitânia ao longo do ano.

Um dos casos mais emblemáticos – que chegou à Justiça, inclusive – foi a incorporação do BlueCap Renda Logística (BLCP11) pelo BTG Pactual Logística (BTLG11)

Na oportunidade, a BlueCap Gestão – administradora do hoje extinto BLCP11 – criticou a defesa da Capitânia para a fusão dos fundos e apontou conflito de interesse da gestora.

“As deliberações teriam como propósito remediar condutas da própria Capitânia Investimentos, que teria levado os fundos sob sua gestão a investir em muitos FIIs com baixa liquidez no mercado secundário”, pontuava a ata da AGE do BLCP11. “Diante das dificuldades em vender essas cotas [por falta de demanda], e com vistas a buscar outros investimentos no curto prazo, [a Capitânia] vem tentando criar liquidez imediata a qualquer custo”, completou o texto.

Para reforçar a tese, a BlueCap Gestão afirmou na época que a Capitânia estaria repetindo a prática que adotou com outros fundos imobiliários, como o Pátria Edifícios Corporativos (PATC11), FOF Integral Brei (IBFF11) e o próprio Santander Papéis Imobiliários CDI (SADI11).

Caio Conca, sócio da Capitânia, explicou que a estratégia da gestora tem relação com o descolamento entre o valor justo dos ativos do fundo e o preço das cotas negociadas na Bolsa – abaixo do valor patrimonial.

“A ideia é exatamente vender ativos no valor justo e realocar o recurso em ativos descontados via cotas de outros FIIs”, explica o gestor. Segundo ele, a gestora está apenas zelando pelo interesse do cotista.

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Ifix hoje

Na sessão desta segunda-feira (26), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa –  fechou o dia com elevação de 0,25%, aos 2.826 pontos. Confira os demais destaques do pregão.

Maiores altas desta segunda-feira (22):

Maiores baixas desta segunda-feira (22):

Fonte: B3

FII de escritório distribuirá R$ 2,87 por cota em janeiro, além dos dividendos

O FII Pátria Edifícios Corporativos (PATC11) vai distribuir, no dia 11 de janeiro de 2023, R$ 2,87 por cota em forma de amortização de capital – devolução de patrimônio aos cotistas –, de acordo com fato relevante divulgado pelo fundo nesta sexta-feira (23).

O repasse faz parte da nova política do fundo para amortização de patrimônio, aprovada em assembleia geral extraordinária (AGE), realizada no início de novembro.

Entre as novidades definidas na reunião está justamente a possibilidade de o gestor recomendar a amortização parcial das cotas do fundo, inclusive quando se verificar a existência de caixa excedente na carteira.

De acordo com o último relatório gerencial do fundo, divulgado nesta semana, o PATC11 possui atualmente R$ 13 milhões em caixa – aproximadamente 4,7% do patrimônio líquido, de R$ 275 milhões.

No mês passado, o fundo imobiliário que atua no segmento de escritório já havia distribuído – também em forma de amortização de capital – R$ 19,9 milhões, o equivalente a R$ 5,75 por cota. Desta vez, o montante total é de quase R$ 10 milhões.

“O gestor recomendou ao administrador a distribuição de capital em forma de amortização parcial de cotas do fundo, no montante total de R$ 9,980 milhões, equivalente ao valor de R$ 2,87 por cota”, confirma comunicado da carteira ao mercado.

Investidores que tinham cotas do PATC11 no fim da sessão desta sexta-feira (23) terão direito ao pagamento do recurso, em janeiro.

Atualmente, a cota do Pátria Edifícios Corporativos está sendo negociada na Bolsa por volta dos R$ 68,00. O valor patrimonial do fundo – espécie de preço justo – está em R$ 79,10 por cota.

O fundo tem participação em seis imóveis e uma área bruta locável (ABL) própria de 11,8 mil metros quadrados.

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Dividendos hoje

Confira quais fundos distribuem rendimentos nesta segunda-feira (26):

Fonte: StatusInvest

Giro imobiliário: expectativa de inflação cai para 2022, mas mercado eleva projeção para Selic ano que vem

Analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir a expectativa para a inflação deste ano, mas elevaram a de 2023 e de 2024, segundo estimativas divulgadas nesta segunda-feira (26) pelo Relatório Focus, do Banco Central.

As mais de 100 instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC mantiveram a projeção de Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 e reduziram ligeiramente para este ano. Para a taxa de juros, o mercado elevou a perspectiva da Selic para o fim de 2023 e manteve a de 2024.

Inflação: A projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 5,76% para 5,64% em 2022 e subiu de 5,17% para 5,23% em 2023 e de 3,50% para 3,60% em 2024.

Selic: A expectativa para a taxa de juros subiu de 11,75% para 12% em 2023 e manteve em 9,00% para 2024.

PIB: O mercado reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira de 3,05% para 3,04% neste ano e manteve a de 2023 em 0,79%.