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O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou fevereiro com queda de 0,45% e completou o quarto mês seguido sem ganhos.
Em direção oposta, o FII Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) fez as pazes com o desempenho positivo e subiu 18% – após queda de 22% no mês anterior.
Já o Brazilian Graveyard and Death Care Services (CARE11) caiu 12%, a maior queda do mês.
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Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base a variação da cota e os dividendos distribuídos pelos 111 fundos que compõem o Ifix.
Entre as carteiras monitoradas, 46 encerraram o segundo mês de 2023 no campo positivo, aponta o levantamento. O número é menor do que os 54 registrados em janeiro.
Dos principais segmentos presentes no Ifix – aqueles com pelo menos cinco fundos –, o de recebíveis (títulos e valores mobiliários) apresentou o melhor desempenho, com leve alta de 0,07%. Já o de lajes corporativas, por sua vez, amargou perdas de 2,64%. Confira o comportamento de todos os setores:
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Segmento | Quantidade de fundos | Retorno médio em fevereiro (%) |
Hospital | 1 | 1,29 |
Títulos e Val. Mob. | 45 | 0,07 |
Híbrido | 12 | -0,35 |
FoF | 9 | -0,75 |
Shoppings | 5 | -0,97 |
Agro | 3 | -1,08 |
Logística | 18 | -1,32 |
Desenvolvimento | 3 | -1,57 |
Lajes Corporativas | 9 | -2,64 |
Renda Urbana | 4 | -2,87 |
Agências | 1 | -3,24 |
Cemitérios | 1 | -12,20 |
Fonte: Economatica (28/02/23)
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FIIs de “papel” se destacam em fevereiro
Também conhecidos como FIIs de “papel”, os fundos de recebíveis investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário). O comportamento dessa classe de fundo em fevereiro – a única no positivo entre os principais segmentos – reforça a expectativa do mercado para essas carteiras em 2023.
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Quanto mais elevados estão a inflação e os juros, maior é a receita de um FII de “papel” e, consequentemente, mais dividendos ele distribui aos cotistas.
Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,76%, acima do esperado. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve – pela quarta-vez consecutiva – a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.
O cenário, de acordo com Daniel Marinelli, analista do BTG Pactual, beneficia os FIIs de “papel”.
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“Nossa carteira recomendada atingiu uma participação de 63,5% de FIIs de ‘papel’, percentual superior à exposição do segmento no Ifix”, detalha Marinelli. “Na nossa visão, o momento é bastante oportuno para a alocação nesta classe de ativos, beneficiados pelo cenário de juros e inflação elevados”.
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Maiores altas de fevereiro
Individualmente, o Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) foi o grande destaque do mês entre os principais fundos imobiliários negociados na Bolsa.
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Após afundar 22% em janeiro, o FII de “papel” recuperou parte das perdas em fevereiro ao fechar o mês com ganhos de 18%. JS Real Estate (JSRE11) e RBR Log (RBRL11) aparecem na sequência, com altas de 5,6% e 5,4%, respectivamente.
Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em fevereiro de 2023:
Ticker | Fundo | Setor | Variação em fevereiro (%) |
VSLH11 | Versalhes Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 18,54 |
JSRE11 | JS Real Estate | Híbrido | 5,67 |
RBRR11 | RBR Rendimento High Grade | Títulos e Val. Mob. | 5,45 |
RBRL11 | RBR Log | Logística | 5,40 |
KNHY11 | Kinea HY | Títulos e Val. Mob. | 3,83 |
Fonte: Economatica (28/02/23). A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Com patrimônio líquido de R$ 313 milhões, o Versalhes Recebíveis tem hoje 83,8% do portfólio composto por CRIs (certificados de recebíveis imobiliários).
Os títulos estão atrelados principalmente ao segmento de multipropriedades – hotelaria, residência, comércio e lazer. Trata-se de setor sensível ao aumento da inadimplência ou cancelamento de negócios em tempo de juros elevados e pressão inflacionária, como é o caso atualmente.
O movimento foi observado na operação do fundo na virada do ano, como sinaliza o relatório gerencial da carteira, divulgado nesta terça-feira (28).
“A alta temporada do mês de dezembro apresentou fortes vendas. Entretanto, devido ao elevado nível de cancelamentos, a média do percentual de vendas líquidas das operações caiu 1 ponto percentual”, afirma o texto.
No documento, a equipe de gestão diz ainda não ter conhecimento – além das informações públicas – dos motivos que levaram a cota do fundo cair 12% apenas na última sessão de janeiro. No acumulado daquele mês, o papel sofreu desvalorização de 22%.
Entre as informações públicas divulgadas pelo VSLH11 estavam a redução dos dividendos distribuídos em janeiro (na comparação com dezembro) e a preocupação com pelo menos dez dos 34 CRIs do fundo.
Os títulos – que recebem um alerta vermelho no relatório gerencial – apresentam problemas do ponto de vista de performance e risco e estão sob um plano de ação para evitar possíveis prejuízos, explica o documento.
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Maiores baixas de fevereiro
Segundo pior desempenho do ano – abaixo apenas do Tordesilhas EI (TORD11), que cai 24% – o Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11) foi o destaque negativo de fevereiro, com queda de 12,20%.
Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em fevereiro de 2023:
Ticker | Fundo | Segmento | Variação em fevereiro (%) |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Cemitérios | -12,20 |
HCTR11 | Hectare | Títulos e Val. Mob. | -10,07 |
PATL11 | Pátria Logística | Logística | -7,33 |
BARI11 | Barigui | Títulos e Val. Mob. | -7,14 |
[ativo=HOFC11] | Hedge Office Income | Lajes Corporativas | -6,69 |
Fonte: Economatica (28/02/23). A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Em 2023, o CARE11 já acumula perdas de 20% e dá sequência ao movimento de baixa iniciado na metade do ano passado.
Em 2022, a carteira chegou a subir mais de 100%, mas devolveu todo o ganho acumulado e encerrou o ano no campo negativo. Assim como no ano passado, a gestão do primeiro fundo de cemitério do mercado afirma que desconhece motivos para a tendência de queda.
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O Brazilian Graveyard and Death Care possui 20,24% de participação na Cortel – principal empresa do setor de cuidados com a morte do País. A empresa liderou um dos consórcios vencedores da concessão de cemitérios e serviços funerários da cidade de São Paulo.
Além da participação na Cortel, o fundo também conta com fração de 52,77% da VHR Empreendimentos, responsável pelo cemitério da cidade de Sabará, em Minas Gerais, e 2.873 jazigos no Cemitério do Morumby, no Morumbi, bairro nobre de São Paulo.
No ano passado, a carteira começou a divulgar o relatório gerencial mensal – um pedido recorrente no mercado. O fundo, porém, segue como o único do Ifix a não distribuir dividendos.
FIIs que mais pagaram dividendos em fevereiro
O Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) também encerrou fevereiro com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais fundos imobiliários da Bolsa.
Em fevereiro, 54 carteiras tiveram um dividend yield acima de 1%. O número é superior aos 48 registrados em janeiro, também de acordo com dados da Economatica.
O Versalhes Recebíveis Imobiliários (VSLH11) depositou para os seus mais de 92 mil investidores R$ 0,11 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,56%, o maior entre os FIIs mais líquidos da B3.
Confira a lista dos dez maiores pagadores de fevereiro:
Ticker | Fundo | Setor | Retorno com dividendos em fevereiro de 2023 (%)* |
VSLH11 | Versalhes Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 1,56 |
KNHY11 | Kinea HY | Títulos e Val. Mob. | 1,38 |
ARRI11 | Átrio Reit Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 1,38 |
VGIR11 | Valora RE | Títulos e Val. Mob. | 1,35 |
CACR11 | Cartesia Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 1,32 |
HABT11 | Habtat II | Títulos e Val. Mob. | 1,30 |
OUJP11 | Ourinvest JPP | Títulos e Val. Mob. | 1,27 |
CVBI11 | VBI CRI | Títulos e Val. Mob. | 1,25 |
DEVA11 | Devant | Títulos e Val. Mob. | 1,25 |
URPR11 | Urca Prime Renda | Títulos e Val. Mob. | 1,24 |
Fonte: Economatica
Na virada do ano, o (VSLH11) reduziu o rendimento repassado aos cotistas, de R$ 0,11 para R$ 0,07 por cota, e preocupou os mais de 93 mil investidores.
Em fevereiro, porém, a carteira retomou o patamar anterior de dividendos, garantindo a quem comprou a cota no FII no final de janeiro – ainda acumulando a forte desvalorização daquele período – o dividend yield de 1,56%.
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