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A exchange de criptomoedas FTX, que faliu há quase um ano, usou mais de US$ 1 bilhão de contas de clientes para comprar de volta, em 2021, a fatia do negócio que havia sido adquirida pela rival Binance dois anos antes.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (18) em depoimento de um especialista que conduziu a investigação do fluxo de criptomoedas entre a a FTX e a Alameda Research, ambas fundadas pelo homem alvo de julgamento nos Estados Unidos: o ex-bilionário Sam Bankman-Fried.
Segundo Peter Easton, professor de contabilidade da Universidade de Notre Dame contratado pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), bilhões de dólares em ativos saíram de contas de usuários da FTX e foram parar na Alameda nos últimos anos. Desse montante, disse, mais de US$ 1 bilhão foi usado para a recompra de equity da FTX junto à Binance.
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A Binance investiu na FTX em 2019, quando a corretora ainda movimentava cerca de US$ 500 milhões em volume de negociações por dia, bem menos que os cerca de US$ 50 bilhões no seu auge, quando chegou a ser a segunda maior echange do mundo.
Dois anos depois, a FTX pagou mais de US$ 2,1 bilhões para a Binance e recomprou a fatia, em transação realizada em criptomoedas. Agora, em meio ao julgamento de Bankman-Fried, descobre-se que cerca de metade desse valor veio dos bolsos de usuários da FTX.
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As criptomoedas recebidas pela Binance foram liquidadas em novembro de 2022, pouco após virem à tona as primeiras suspeitas de que a FTX estava desviando recursos de usuários.
Na mesma semana, a exchange norte-americana entrou em forte crise e declarou falência – não sem antes Bankman-Fried tentar, como última cartada, vender a empresa para a Binance, que avaliou a possibilidade, mas decidiu não comprar a rival.