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(Bloomberg) – Um fundo imobiliário de US$ 70 bilhões da Blackstone para indivíduos muito ricos enfrentou pedidos de saques mais altos em março e restringiu os resgates pelo quinto mês consecutivo.
Os acionistas pediram para resgatar US$ 4,5 bilhões do Blackstone Real Estate Income Trust em março, “um mês de tremenda volatilidade do mercado e estresse financeiro generalizado”, disse a empresa nesta segunda-feira (3) em um comunicado. O BREIT permitiu que cerca de US$ 666 milhões fossem sacados, ou cerca de 15% do que foi solicitado.
Os REITs (Real Estate Income Trust) são os equivalentes americanos dos fundos imobiliários, ou FIIs.
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Os investidores pediram mais resgates em março do que em fevereiro, quando tentaram sacar US$ 3,9 bilhões. Um porta-voz da Blackstone apontou o desempenho do fundo como positivo e disse que os resgates do mês passado ficaram 16% abaixo do pico de janeiro, quando os investidores tentaram sacar mais de US$ 5 bilhões.
A empresa restringe as retiradas a cerca de 5% por trimestre. O BREIT já havia atingido os limites mensais de 2% em janeiro e fevereiro, deixando os investidores com um caminho mais estreito em março.
As ações da Blackstone caíam 2,1%, para US$ 86, às 10h05 (horário de Nova York) nesta segunda. No ano, elas subiam cerca de 18% até o fechamento de sexta-feira (31).
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A Blackstone transformou o BREIT em um grande player no setor imobiliário, adquirindo propriedades de residências estudantis a prédios de apartamentos e armazéns. No final do ano passado, o BREIT enfrentou um aumento nos resgates.
O setor imobiliário tem sofrido pressão com os investidores buscando reduzir sua exposição, que se tornou proporcionalmente maior com a queda dos preços de outros ativos. Os proprietários de imóveis também estão enfrentando custos de empréstimos muito mais altos. Isso levou a mais inadimplência em certas áreas problemáticas, como escritórios.
A Blackstone argumentou que seu portfólio está focado nas melhores localizações do setor, como a área do Sun Belt, região com maior crescimento abrangendo os estados do sudeste e do sudoeste dos Estados Unidos. O BREIT também está fortemente concentrado em casas para aluguel e armazéns.
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Limitando saques
O fundo havia deixado claro que se reservava o direito de limitar os resgates.
“Essa estrutura foi projetada para evitar um descasamento de liquidez e maximizar o valor do acionista no longo prazo, e está funcionando conforme o planejado”, disse a Blackstone em carta aos investidores. “Na verdade, o BREIT pagou quase US$ 5 bilhões aos acionistas que pediram resgate desde 30 de novembro.”
O nível de pedidos de saque provavelmente permanecerá alto, devido à crescente preocupação dos investidores com as tendências imobiliárias em geral, de acordo com uma nota de analistas da Keefe, Bruyette & Woods na segunda-feira. Os investidores que encontram setores mais atraentes para aplicar dinheiro também podem manter os pedidos de resgate elevados, escreveram os analistas.
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O ato do BREIT de impor limites de retirada no final do ano passado causou ondas de choque nos mercados financeiros, que enfrentaram mais turbulências em março, conforme bancos americanos quebravam. O atraso está complicando o esforço do setor de private equity para alcançar investidores além de grandes fundos de pensão e endowments.
A Blackstone disse que as restrições aos resgates deixam as empresas de private equity em uma posição mais forte do que os bancos para resistir a mudanças repentinas no sentimento dos investidores.
“Não aceitamos depósitos. Nossas estruturas são feitas para que nunca sejamos forçados a vender ativos”, disse Joan Solotar, chefe global de soluções de gestão de patrimônio da Blackstone, após as falências de bancos de alto perfil recentemente.
A classe de ações de menor taxa do BREIT teve um retorno de 0,7% em fevereiro, seu maior avanço mensal em seis meses, já que o aumento dos aluguéis compensou a queda nas avaliações imobiliárias. Essa classe de ações registrou um retorno de 5,7% nos últimos 12 meses, após um ganho de 8,4% em 2022.
Um índice Bloomberg de REITs listados em bolsa caiu cerca de 1,8% em março, considerando o reinvestimento dos dividendos. No primeiro trimestre, o ganho foi de 1,7%.
©2023 Bloomberg L.P.
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