Fundo imobiliário do Corinthians? Caixa avalia proposta sobre dívida da arena do clube

Em entrevista ao site Globo Esporte, o clube paulista já havia revelado a intenção de vender até 49% do estádio para investidores

Wellington Carvalho

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A Caixa Econômica Federal comunicou ao mercado, nesta sexta-feira (17), que recebeu do Sport Club Corinthians Paulista proposta formal para quitar o financiamento contratado pelo clube paulista para a construção da Neo Química Arena.

“Representantes da Caixa e do Corinthians se reuniram, tendo o clube esportivo apresentado proposta formal para a quitação do saldo devedor da dívida do contrato de financiamento”, confirma nota assinada por Luiz Felipe Figueiredo de Andrade, diretor de finanças e relações com investidores do banco estatal.

Em entrevista ao site Globo Esporte, Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, já havia adiantado detalhes da proposta entregue à instituição financeira.

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A intenção, segundo o dirigente, é negociar uma fração de 49% das cotas do empreendimento. O recurso seria usado para o pagamento de juros do financiamento – que teriam chegado a R$ 100 milhões em 2023, de acordo com a publicação.

Entre os modelos analisados pelo clube para a efetivação do negócio estaria o adotado atualmente pelos fundos imobiliários (FIIs). Neste caso, investidores comprariam cotas da Arena na Bolsa de Valores e passariam a ter direito à parte da receita gerada pelo espaço – com a venda de ingresso, aluguéis e realização de eventos, por exemplo.

Independentemente do formato da venda, o Corinthians manteria o controle da Neo Química Arena – construída para a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil. A dívida do clube com a Caixa supera os R$ 600 milhões.

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No comunicado ao mercado assinado por Andrade, a Caixa explica que a proposta do clube passará por análise técnica interna no banco.

Entenda como funcionam os FIIs

Os fundos imobiliários captam recursos entre os investidores para a compra de imóveis que, posteriormente, podem ser alugados ou vendidos. As receitas obtidas nas transações – locação ou ganho de capital – são distribuídas entre os cotistas, na proporção em que cada um aplicou.

Os rendimentos repassados aos investidores, na forma de dividendos, são isentos de imposto de renda – outro atrativo do produto.

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Ao longo dos anos, o mercado de fundos imobiliários se desenvolveu e hoje há fundos focados desde a administração de escritórios até imóveis rurais, passando por shoppings, galpões logísticos, hospitais e agências bancárias, além dos FIIs de “papel” – que investem em títulos de renda fixa.

No final de outubro, o mercado de fundos imobiliários superou a marca de 2,4 milhões de investidores. Em dezembro de 2018, o número estava em 208 mil.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.