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Em meio a um cenário de forte incerteza, o fundo Verde, da gestora homônima comandada por Luis Stuhlberger, conseguiu avançar 1,32% em fevereiro, acima dos 1,21% da média dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medida pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA).
A boa performance foi puxada especialmente pela alocação em renda fixa, que teve um desempenho de 1,79% no mês. Do outro lado, a alocação em moedas teve retorno negativo de 0,05% e a parcela de ações do fundo recuou 0,28%.
Em carta enviada a clientes, a gestora destacou que os ganhos vieram de posições tomadas (que se beneficiam da alta) dos juros em mercados desenvolvidos, especialmente Estados Unidos e Europa, em menor medida.
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O resultado positivo, diz a carta, também foi impulsionado pela compra de inflação implícita no Brasil, com operações em que os gestores ganham quando a expectativa de inflação sobe ao longo do tempo. Isso sem contar na alocação em hedges (proteções) em Bolsa no exterior, que também trouxe um retorno positivo, segundo a Verde.
Sem dar muitos detalhes, a casa afirmou ainda que as perdas vieram essencialmente da exposição a ações brasileiras.
Commodities pra cima e menor crescimento
Na avaliação da Verde, o cenário global atual é complexo e por isso é preciso manter a cautela com alocações em Bolsa, especialmente global. Para a gestora, a preocupação está no fato de que a inflação já vinha elevada antes mesmo da invasão da Ucrânia pela Rússia, no fim de fevereiro. A eclosão da guerra só aprofundou a situação.
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Segundo a casa, os impactos sobre preços de commodities não devem ser passageiros, mas sim durar bastante tempo, seja pelo efeito das sanções, pelos riscos para a produção de metais, como paládio ou níquel, e pelas interrupções de exportação de fertilizantes e de produção de trigo.
Nesse sentido, diz a carta, o crescimento tende a sofrer com condições de aperto monetário maiores, especialmente na Europa. “Equilíbrios ‘estagflacionários’ são particularmente difíceis de navegar para os banqueiros centrais”, afirmam os gestores. “Vemos o Federal Reserve ainda mantendo a trajetória de aperto monetário, mas o ECB [Banco Central Europeu] tendo que se equilibrar numa situação mais difícil dado os impactos sobre o crescimento”.
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