Gestores da Wellington e Western Asset apontam BDRs promissores fora do radar do mercado

Executivos participaram do evento "International Week" da XP e trouxeram nomes de ações dos setores financeiro, varejista e de saúde animal

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As mudanças nas regras para negociação dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs) no último ano têm permitido uma maior diversificação dos portfólios de investidores brasileiros em meio às incertezas provocadas pela pandemia.

Com a permissão para investir diretamente nos BDRs, o pequeno investidor consegue hoje acessar grandes empresas internacionais e setores pouco presentes na Bolsa brasileira, mitigando o risco de sua carteira.

Nesse contexto, durante participação em painel online do evento “International Week” da XP realizado nesta terça-feira (8), George Kerr, country head da Wellington/Compass no Brasil, e Marc Forster, head da Western Asset Management no Brasil, apontaram alguns dos BDRs preferidos dos respectivos times de análise que não estão no radar da maior parte do mercado.

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Entre os nomes citados pelo executivo da Wellington, destaque para a Charles Schwab Corporation, plataforma que oferece serviços bancários, investimentos e gestão de patrimônio.

Segundo Kerr, a Charles Schwab se destaca em meio ao movimento global de desbancarização, bem como do cenário de alta dos juros nos Estados Unidos, que tende a beneficiar o setor financeiro.

O gestor disse que a Wellington vai lançar seu primeiro fundo de BDRs este mês e a expectativa é que a empresa tenha participação relevante na carteira.

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Também de carona na mudança de hábito dos consumidores e na forma como as pessoas utilizam os serviços bancários, Forster, da Western, citou entre os BDRs no fundo da casa a empresa FIS – Fidelity Information Services, que presta serviços para o setor financeiro via meios de pagamento. “É uma empresa parceira dos bancos, que os ajuda a fechar o gap que foi aberto em relação às startups”, explica.

Já no setor de energia, Kerr afirmou que a petrolífera Royal Dutch Shell, que tem boa parte de sua receita oriunda do mercado americano, é hoje a preferida da Wellington no segmento.

“É uma companhia que gera bastante caixa, está com bom desempenho no ano por conta da alta do petróleo, e que também tem uma agenda ESG buscando reduzir emissões de carbono e investir em energia renovável”, afirma o gestor.

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Varejo e segmento pet

No setor de varejo, Kerr citou entre as preferências da gestora a rede de restaurantes Chipotle Mexican Grill, que conseguiu se beneficiar da tendência de pedidos online, com hoje quase metade das vendas realizada de forma digital.

“É uma empresa inovadora, que conseguiu identificar uma oportunidade na pandemia e que viu um crescimento de 130% em suas vendas digitais no primeiro trimestre”, destacou.

Já na carteira do fundo Western Asset FIA BDR Nível I, Forster apontou dentro do setor de consumo a Advance Auto Parts, fornecedora de peças de reposição automotiva.

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“É uma varejista de autopeças capitalizada com condições de continuar crescendo e com potencial de ganhar participação de mercado em cima de uma frota de veículos que envelhece nos Estados Unidos”, argumentou o executivo da Western.

Segundo ele, é uma posição com caráter defensivo, dado que independe do ciclo econômico para ter bom desempenho. Isso porque, com uma economia retraída, as pessoas trocam menos de carro e as autopeças ganham espaço. Por outro lado, em um cenário de economia aquecida, a demanda por automóveis aumenta e a empresa também se beneficia.

Outro nome fora do radar que compõem o portfólio do fundo da Western lembrado por Forster é a fabricante de vacinas e medicamentos para animais Zoetis. “É uma empresa que está expandindo sua atuação para o diagnóstico veterinário e que possui potencial de crescimento pela frente”, defendeu.

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