Gestores esperam Selic em 12% no fim do ano e elevam projeção do PIB para 2,20%, aponta levantamento

Houve melhora também nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim deste ano, que passaram de 6,05% para 4,90%

Bruna Furlani

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Em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, é consenso entre os gestores que a autoridade monetária deve manter os juros em 13,75% ao ano. Já ao fim do ano, a maioria das casas ouvidas em uma pesquisa da XP espera que a Selic alcance 12%.

O levantamento foi feito entre os dias 13 e 19 de junho com 21 gestoras. Em maio, os gestores esperavam que a taxa básica de juros encerrasse 2023 em 12,5% ao ano.

Houve melhora também nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim deste ano, que passaram de 6,05% para 4,90%. O valor, porém, segue acima da meta de inflação de 3,25% e da banda superior de tolerância, que é de 4,75%.

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Em termos de investimentos, as gestoras destacaram que as maiores convicções em juros estão em posições aplicadas (que se beneficiam do recuo dos juros) e em apostas de juro real.

Outro indicador que passou por revisões foi a projeção de câmbio. Agora, as estimativas das casas estão em R$ 5,00, abaixo dos R$ 5,20 esperados em maio.

Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), as casas também revisaram para cima as projeções para o indicador, que agora estão em 2,20%, contra 1,00% esperados em maio.

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A título de comparação, na pesquisa realizada no mês de fevereiro, o crescimento econômico esperado para este ano estava em 0,50%.

Segundo os analistas da XP, a visão reflete o maior otimismo dos gestores em relação aos ativos locais. Atualmente, 47% dos gestores se mostram positivos com o cenário brasileiro – percentual que variou entre 8% e 11% nos últimos meses, sendo que na pesquisa realizada em dezembro do ano passado, nenhum gestor sinalizou perspectivas positivas para o País.

Não à toa, 87% dos gestores com posições em bolsa estão com alocações compradas na Bolsa brasileira – reflexo da percepção de taxas de juros mais baixas à frente e maior visibilidade em relação ao arcabouço fiscal.

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Já no mercado de renda variável internacional, a situação é diferente: 69% dos gestores estão com posições vendidas, ou seja, acreditam na desvalorização dos ativos. Percentual que recuou na comparação com os meses anteriores de maio (82%) e abril (100%).

O maior receio está ligado à visão de que os mercados desenvolvidos possam estender o ciclo de aperto monetário. Nos últimos meses, dois bancos centrais tiveram que retomar a alta de juros, caso do BC da Austrália e do Canadá.

Ao mesmo tempo, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, reafirmou nesta semana que a instituição está “fortemente comprometida” em levar a inflação de volta à meta de 2% e indicou a retomada do ciclo de alta de juros à frente.

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Em discurso divulgado nesta quarta-feira, 21, e que será lido por ele mais tarde no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes, a autoridade afirmou que “quase todos os dirigentes do Fed acreditam que será apropriado elevar as taxas de juros um pouco mais até o fim do ano”.