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O HASH11, principal produto com exposição a criptoativos do País e segundo maior ETF (fundo de índice) da Bolsa, enfim entrou em terreno positivo ao considerar o desempenho dos últimos 12 meses.
Em um forte salto nessa janela, ele saiu de perdas de 10,55% na segunda-feira (12) para ganhos de 13,57% nesta quinta-feira (15), segundo dados da Economatica.
A virada ocorre mesmo diante de nova queda no mercado cripto, que reagiu ainda na quarta-feira (14) à sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de que os juros americanos podem continuar subindo após pausa momentânea na sequência de altas.
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Na manhã de hoje, o setor encolhia quase US$ 43 bilhões em 24 horas, com o Bitcoin (BTC), principal ativo desse mercado e o que tem o maior peso no HASH11, recuando 4%. O Ethereum (ETH), a segunda mais importante para o ETF da Hashdex, cedeu 6% entre ontem e hoje.
“A reação está muito alinhada com o que foi visto em outros ativos de risco, no que atualmente está sendo interpretado pelos mercados como um Fed marginalmente mais hawkish (preocupado com a inflação) do que o esperado”, disse à Bloomberg Stephane Ouellette, presidente-executivo da FRNT Financial Inc, uma plataforma institucional focada em ativos digitais.
Na sessão desta quinta, o HASH11 apresenta queda diária de 3,38%, mas ainda assim, passou a registrar alta na janela de 12 meses. Por que isso aconteceu?
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Primeiro, a alta toma por base a sessão de ontem, na qual o HASH11 fechou próximo da estabilidade. Mas, há ainda outros dois elementos que influenciam no número referente ao retorno no longo prazo.
Um dos fatores que entram em cena é a volatilidade, que é notadamente alta nos criptoativos. Os ativos digitais respondem por um mercado ainda relativamente pequeno (pouco mais de US$ 1 trilhão) e, como é pouco regulado, permite alavancagem em níveis maiores do que no mercado tradicional, o que acaba resvalando em produtos regulados, como é o caso do HASH11.
Segundo dados da Economatica, os outros dois maiores ETFs da B3, IVVB11 (1º colocado) e BOVA11 (3º colocado) acumulam 23% e 22% de volatilidade em 12 meses, respectivamente. Já o HASH11 registra quase 50% no mesmo período.
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Além disso, o avanço do HASH11 na janela de 12 meses tem a ver com a dinâmica de preços do ano passado: mais marcado por prejuízos no setor cripto, o segundo semestre de 2022 só começa a afetar agora o desempenho do ETF no comparativo anual.
João Marco Cunha, gestor de portfólio da Hashdex, chegou a apostar que o HASH11 viraria para ganhos na casa dos 30% a essa altura, algo que ainda não ocorreu dada a nova desaceleração dos mercados.
Ainda assim, o salto é grande, de 23 pontos percentuais em três dias.
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Segundo especialistas, a janela de 12 meses é uma das variáveis mais consultadas por brasileiros no processo de tomada de decisão de investimento.
Quando está negativa, o ativo pode atrair aquele investidor mais propenso ao risco que está em busca de pechinchas, visando o longo prazo. Já quando vira para o terreno positivo, investidores de perfil conservador costumam dar mais atenção.
Vale a pena comprar HASH11 agora?
A janela de 12 meses é muito observada, mas de fato é um bom indicador para a tomada de decisão?
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Para Luisa Pires, head de criptoativos da Levante, o período anual é importante, mas o investidor também precisa levar em conta a cotação de lançamento do HASH11, que é um produto de pouco mais de dois anos. Na sua visão, a cota que é negociada hoje a R$ 20,54 tende a convergir em direção aos cerca de R$ 50 vistos em 2021.
“É um ótimo momento para investir em cripto em geral, porque mesmo um recuo [do Bitcoin] de US$ 25 mil para a mínima, perto de US$ 15 mil, seria pequeno perto da perspectiva dos próximos anos, de uma volta para o topo histórico. É um risco/retorno interessante”, avalia.
A especialista relembra que o evento do halving (corte pela metade da emissão da criptomoeda), historicamente um impulsionador do preço, está previsto mais uma vez para o ano que vem. Segundo ela, a perspectiva de um catalisador como esse proporciona atualmente uma oportunidade de compra similar à vista em 2018. Há cinco anos, o BTC era negociado abaixo de US$ 20 mil, e chegou a atingir US$ 69 mil em 2021 – ou seja, uma valorização de quase 250%.
E quem tem posição comprada e pensa em se desfazer aproveitando o momento? Segundo Pires, o movimento deve ser inverso: o investidor que tem mais propensão ao risco deveria, na verdade, aproveitar a onda para aumentar sua exposição. “Estamos em um ponto mínimo, é um ótimo momento para se expor, e pode ser pelo HASH11”, afirma.
O analista David Duong, da corretora norte-americana Coinbase, também considera que o halving deve trazer um impacto positivo para o Bitcoin. No entanto, destaca que as evidências da curta história da criptomoeda são limitadas e, por isso, não se sabe se ela será “contaminada por fatores como medidas [que afetam a] liquidez global”, disse em relatório publicado na quarta-feira (14).
“Não está claro qual pode ser o efeito líquido [do cenário macro] no comportamento do Bitcoin”.
Raio-x do HASH11
Confira a seguir o retorno em vários períodos, volatilidade em 12 meses, assim como os dados atuais de patrimônio e quantidade de cotistas do HASH11, segundo dados obtidos na plataforma Economatica.
Retorno 1 mês | -4,88% |
Retorno 1º tri 2023 | 57,43% |
Retorno 12 meses | 13,57% |
Retorno no Ano | 36,72% |
Volatilidade 12 meses | 54,81% |
Patrimônio atual | R$ 1,08 bilhão |
Quant. Cotistas atual | 136.454 |
Variação quant. cotistas 2023 | -8,9% |
Dados coletados em 15/06/2023
Fonte: Economatica