IM responde: investimentos de renda fixa têm risco?

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Mariana Segala

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Com os juros básicos da economia – a famosa taxa Selic – caminhando rumo aos dois dígitos, muitos investidores se voltaram para as aplicações de renda fixa nos últimos meses.

Títulos públicos, CDBs, letras de crédito e fundos têm atraído os holofotes porque voltaram a proporcionar rendimentos maiores, com baixo risco.

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Mas, na prática, quão baixo é o risco desses investimentos?

Essa é a dúvida da leitora Angela, que a newsletter InfoMoney Responde de sexta-feira (12) esclareceu. Confira os detalhes abaixo:

A renda fixa é o primeiro passo para o investidor conservador. É um caminho realmente seguro? Quais os riscos existentes?
Angela S.

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Embora sejam aplicações mais previsíveis que as de renda variável, os investimentos de renda fixa não são livres de riscos. Na verdade, nenhuma aplicação financeira é.

Risco de crédito

O risco de crédito – a possibilidade de o investidor ter perdas causadas pela incapacidade financeira do emissor do investimento, seja um banco, uma empresa ou mesmo o governo – é o mais evidente. Em bom português, ele representa a chance de tomar um calote.

Todas as aplicações de renda fixa envolvem risco de crédito em algum grau. Nesse aspecto, os títulos públicos são considerados os mais seguros – porque o emissor dos papéis é o governo que, em último caso, é quem pode emitir dinheiro.

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Papéis emitidos por bancos (como os CDBs) ou empresas (como as debêntures) possuem um risco de crédito maior, mas há formas de manejá-lo. Uma alternativa é escolher emissores com rating – nota de risco de crédito atribuída por agências internacionais – elevado.

Também são considerados mais seguros os títulos que possuam proteção do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos. Ele funciona como uma espécie de “seguro”, que devolve ao investidor até R$ 250 mil caso a instituição financeira sofra uma intervenção ou quebre. Vale, basicamente, para os investimentos bancários: CDBs, letras de crédito imobiliário (LCI) ou do agronegócio (LCA), poupança, entre outros.

Risco de mercado

Os investimentos de renda fixa também envolvem risco de mercado. É a possibilidade de perder dinheiro quando as condições do mercado afetam o valor dos papéis.

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Esse risco é mais alto nos ativos prefixados e se apresenta na situação em que o investidor quer ou precisa resgatar os recursos antes do vencimento.

Em situações desse tipo, é necessário vender os papéis pelo valor atual de negociação deles no mercado – que pode ser mais alto ou mais baixo do que o registrado na época em que o investimento foi feito.

E quando isso pode acontecer? Em várias situações. Vamos a um exemplo: imagine que as taxas de juros tenham subido para um patamar acima do que era praticado em que um investidor comprou um título público prefixado. Quando isso acontece, os títulos antigos tendem a perder valor – quem, afinal, vai se interessar por um papel que oferece uma taxa de juros mais baixa do que a vigente?

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Coisa parecida ocorre com os títulos prefixados quando a inflação aumenta. No ajuste, eles perdem valor, já que seu retorno real – descontando o efeito da alta dos preços da economia – se torna menos interessante.

Vale a pena ressaltar: o rendimento acertado na hora em que o investimento de renda fixa é realizado vale apenas caso a aplicação seja mantida até o vencimento.

Risco de liquidez

Investimentos de renda fixa podem estar sujeitos ainda a risco de liquidez, que é o grau de dificuldade para converter uma aplicação em dinheiro vivo.

Uma debênture que seja pouco negociada no mercado, por exemplo, tem um risco de liquidez maior que o de um título público do Tesouro Direto, que pode ser comprado ou vendido todos os dias.

Para entender os detalhes dos investimentos de renda fixa, não deixe de conferir o guia do InfoMoney sobre o assunto e assistir ao vídeo sobre como funciona a renda fixa.

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Mariana Segala

Editora de Investimentos do InfoMoney