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O campeão do mundo Lionel Messi estreou no Inter Miami com o objetivo tirar a equipe da Flórida da lanterna no campeonato da liga americana de futebol – mas o que já avançou de fato foram as ações da Ares Management, gestora que possui investimentos no clube que é a atual casa do craque argentino.
O Inter Miami, fundado há apenas cinco anos, está na última colocação de seu grupo (Eastern Conference), formado por 15 equipes. O astro argentino marcou nas duas partidas que já fez pelo time americano – a segunda, realizada nesta terça-feira (25), quando a equipe venceu o Atlanta United por 4 a 0.
Situação bem diferente vive a Ares Management, gestora especializada em ativos alternativos, que em setembro de 2021 decidiu aportar US$ 150 milhões no Inter Miami em troca de ações preferenciais do clube.
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Foi essa transação que ajudou o ex-jogador de futebol inglês David Beckham e os irmãos Mas, que são investidores em diversas companhias, a finalizar a compra do clube – que só registrou a sua primeira partida oficial em 2020.
A Ares não revela em qual de seus fundos está o investimento no Inter Miami, mas a negociação foi tocada pela área de crédito e a gestora de mais de US$ 350 bilhões possui um fundo fechado de US$ 3,7 bilhões dedicado ao segmento de esportes. Essa carteira foi lançada um ano após o aporte no clube.
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Listada na Bolsa de Nova York, a Ares acumula uma alta de 48,1% em 2023. No acumulado desde o seu IPO (abertura de capital), em maio de 2014, os ganhos chegam a 445%. O NYSE Composite, índice que reúne todas as ações listadas na bolsa americana, registra alta de 7,9% no ano.
A Ares irá divulgar seus resultados referentes ao segundo trimestre no próximo dia 1º de agosto.
Baixo investimento
A legislação dos Estados Unidos é diferente da brasileira em relação à transparência que os gestores dão às carteiras de fundos. Além disso, os US$ 150 milhões aportados no Inter Miami são considerados um investimento pequeno em relação ao tamanho da Ares – o investimento mais baixo reportado pela gestora é de US$ 316 milhões e o segundo menor alcança US$ 1 bilhão.
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Apesar dos ganhos expressivos da gestora e de ter posição em um segmento que chama a atenção de investidores, Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, lembra que o investidor que faz a internacionalização da sua carteira precisa ter dois fatores em mente: dedicar no máximo 10% do patrimônio a investimentos alternativos e ter ferramentas para entender o desempenho de um determinado ativo.
“Um fundo ou ação com rentabilidade alta pode ser apenas uma correção que não irá se repetir no futuro. Entrar após uma onda de valorização pode não beneficiar o investidor”, diz.
Para ele, caso o interesse do investidor seja optar por segmentos que não existam no Brasil, o importante é montar uma estratégia de comparação. Por exemplo, buscar outras gestoras especializadas em ativos alternativos e comparar os múltiplos (relação entre diferentes indicadores) para saber se o papel em vista compensa o investimento.
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“Ainda assim, não é recomendável ter mais de 10% do patrimônio exposto a investimentos alternativos. Uma pequena alocação já é suficiente para fazer diferença no resultado final. Se sobe, o investidor tem um ganho pouco acima da média. Se cai, não vai ter um grande prejuízo”, explica.