Mulheres têm participação significativa em clubes de investimento; como criar um?

Mesmo sendo minoria dentre as pessoas físicas que investem na Bolsa, elas influenciam a formação de clubes

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Se, por um lado, as mulheres são minoria entre as pessoas físicas que investem na Bolsa de Valores, por outro, elas têm participação significativa nos clubes de investimento. “Metade dos clubes é de iniciativa feminina”, disse Angela Barros, coordenadora do Mulheres em Ação, módulo feminino da campanha de popularização da Bovespa.

De acordo com ela, muitos dos clubes são inscritos com o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e, por este motivo, não é possível mensurar quantos são as mulheres e os homens inscritos neles. “Se pudesse contar, o número de mulheres iria saltar. As mulheres influenciam positivamente na formação. Elas começam e depois chamam os maridos”, afirmou a coordenadora.

Pessoa física

Quando perguntada sobre o fato de as mulheres serem minoria dentre as pessoas físicas que investem na Bolsa, ela ressaltou que o número de quase 25% do total é bastante significativo. “Depois da campanha de popularização, as mulheres eram 15 mil. Agora, são mais de 100 mil na Bolsa”, afirmou.

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No segundo mês de 2008, foram contabilizadas 113.687 mulheres investidoras. A tabela abaixo mostra a participação de homens e mulheres na Bolsa desde 2002 até o final de 2007, além do resultado parcial de 2008:

Participação de homens e mulheres no total de investidores pessoa física
Ano Homens (%) Mulheres (%)
2002 82,37 17,63
2003 81,60 18,40
2004 80,77 19,23
2005 78,76 21,24
2006 78,18 21,82
2007 75,38 24,62
2008 (fevereiro) 75,80 24,20

Fonte: Bovespa

Clube de investimento

Trata-se de uma aplicação financeira criada por um grupo de pessoas que desejam investir seu dinheiro em ações. Ele pode ser criado por empregados ou contratados de uma mesma entidade ou empresa ou ainda por um grupo de pessoas que têm objetivos em comum, como professores, metalúrgicos, donas-de-casa, médicos, aposentados, entre outros.

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Para criar um clube de investimento, você vai precisar de um administrador – que pode ser uma corretora. O número mínimo de participantes é 3 e o máximo, 150 pessoas. Não existe nenhuma restrição quanto à participação: basta ter um CPF (Cadastro de Pessoa Física). Até crianças podem ser cotistas!

O próximo procedimento é a elaboração de um estatuto com as principais regras: quem pode participar, prazo mínimo de resgate, investimento mínimo e outras. Depois, é só registrar um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), nomear o gestor e o administrador e cadastrar o clube na Bovespa.

Se você não quiser passar por todo este trabalho, pode procurar também um clube de investimento já aberto em uma das corretoras cadastradas na Bovespa. Antes disso, acompanhe atentamente o estatuto, para saber se ele está alinhado com o seu perfil.