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SÃO PAULO – Segurança, liquidez e rentabilidade. Esse é o tripé que por muito tempo perdurou na carteira dos investidores brasileiros. Com juros no menor patamar histórico, contudo, o investidor que buscar mais rentabilidade terá que abrir mão de parte da segurança – e também da liquidez.
“Se quiser mais yield, o investidor vai precisar ter mais paciência. E quanto mais yield buscar, maior terá quer sua visão de longo prazo”, afirmou Marcelo Urbano, sócio fundador da Augme Capital, durante o painel do Onde Investir 2021 desta sexta-feira (29).
Segundo ele, para investir no mercado de crédito privado e ter melhores rendimentos na renda fixa, o investidor deverá pensar nos investimentos com um horizonte maior de aplicação, dado que “não tem como entregar retorno sem prazo”.
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Isso porque, em momentos de maior estresse do mercado, como em março do ano passado, os gestores de fundos mais líquidos de crédito se veem obrigados a se desfazerem de posições a qualquer preço para honrar os resgates — ampliando as perdas dos cotistas.
Na Augme Capital, que é focada em crédito privado, o fundo mais líquido da casa tem liquidação D+45, mas há também produtos D+90 e D+180.
A avaliação é compartilhada por Albano Franco, sócio e gestor da SPX, que também participou do painel e defendeu que os produtos de crédito privado não devem ser utilizados como reserva de emergência.
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“Primeiro, o investidor deve montar sua gaveta para liquidez diária e, depois, aquela em que vai usar daqui 30, 45 dias, dependendo do fundo, de forma a permitir que o gestor busque mais retorno”, afirmou.
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Esse alongamento no prazo dos investimentos, inclusive, deve ser incorporado no dia a dia do investidor brasileiro, defendeu, dado que a expectativa é de que os juros continuem em patamares baixos por um período mais prolongado.
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“Se o Brasil não sair dos trilhos, vamos ter que esperar que as taxas de juros se comportem como a dos mercados desenvolvidos”, diz, destacando que os prêmios ainda estão atrativos no crédito privado, com spreads de um ponto percentual em relação à taxa livre de risco.
Fundos x escolha de papéis
Segundo Urbano, da Augme, a melhor forma de a pessoa física investir no mercado de crédito privado é via fundos de investimentos ou com assessoria especializada, dada a complexidade de análise da capacidade de pagamento das companhias.
“Empresas boas, ‘AAA’, também quebram. E a pessoa física não vai ter estrutura nem condição de montar uma carteira diversificada, para minimizar riscos, nem se desfazer de um papel com taxas mais interessantes em meio à piora de risco da companhia”, diz.
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Ao escolher um fundo de crédito privado, Urbano recomenda a análise do histórico da asset, do fundo e do time de gestão, além da leitura de carta dos gestores e uma análise mínima de três anos dos rendimentos. Mas alerta: retorno passado não é garantia de retorno futuro.
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