O que esperar do Bitcoin após 1º tri forte e quais criptomoedas estão no radar dos analistas?

O BTC foi o ativo com o melhor desempenho do mundo no começo do ano; veja quais criptos podem estar melhor posicionadas agora

Paulo Alves

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O primeiro trimestre do Bitcoin foi avassalador. Com alta na casa dos 70%, a criptomoeda é o ativo com o maior retorno do mundo até aqui em 2023, superando ouro, dólar e bolsas estrangeiras — e a diferença não é pequena.

O índice S&P 500, por exemplo, subiu apenas 7% no trimestre, enquanto o Nasdaq 100, que costumava ser acompanhado pelo BTC, fechou o período com alta de pouco mais de 20%. Além disso, ficou para trás o iShares 20+ Year Treasury Bond, ETF (fundo de índice) que rastreia os ganhos dos títulos americanos de longo prazo. Nos primeiros três meses do ano, acumulou alta de 6,8% mesmo com os juros em alta nos EUA.

Mas, depois de uma subida tão impressionante, será que ainda resta força para o Bitcoin continuar a avançar? Especialistas consultados pelo InfoMoney têm avaliações mistas sobre os próximos passos da criptomoeda.

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Thiago Cesar, CEO da Transfero, avalia que o trimestre deve ser novamente positivo diante da possível repetição do cenário de crise bancária nos EUA que da última vez se mostrou benéfico para a moeda digital.

“As criptos continuarão em alta, já que ainda são muito utilizadas como um importante ativo de segurança, o qual pode proteger investidores em momentos de crise ou caso haja uma pressão dos reguladores e das instituições tradicionais, principalmente nos Estados Unidos, fazendo com que o mercado se estremeça”, aponta.

João Canhada, fundador da Foxbit, concorda. Para ele, o Bitcoin “parece manter sua saúde intacta”, com indicadores de mineração renovando suas máximas históricas, indicando apetite de empresas que investem na “produção” da criptomoeda.

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Otimista com o Bitcoin no longo prazo, o especialista Felippe Percigo é um dos que avalia que boa parte do fôlego da criptomoeda já se esgotou para o ano. “Como os mercados internacionais também subiram e acompanharam essa alta, acredito que o Bitcoin deva ficar entre US$ 32 mil e US$ 25 mil este ano. Se tiver uma euforia muito grande, [pode ir a] US$ 40 mil”, disse ontem ao Cripto+ (assista à entrevista no player acima).

“Ainda acho que tem muita coisa para acontecer com os juros americanos, muita questão de crédito acontecendo, para trazer certa volatilidade para o mercado cripto”, falou.

O analista gráfico e investidor anjo de criptos Vinícius Terranova vê um cenário similar. “Baseado no histórico, eu enxergo uma subida do Bitcoin até US$ 35.600 até o halving”. “Nesse momento, a gente está em uma resistência, em uma zona de alta concentração de trades que ficaram como suporte na região, e se transformaram em suporte. Se a gente romper, tem outro desafio logo à frente”, apontou.

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Halving é o corte pela metade na emissão do Bitcoin a cada quatro anos, conforme programado no código do ativo digital. A partir de meados do primeiro semestre de 2024, a criptomoeda passará a emitir 3,125 BTC a cada 10 minutos, contra atuais 6,25 BTC. Na curta história da moeda digital, o evento marcou o início de fortes movimentos de alta.

“No próximo ano, no halving do Bitcoin, podemos esperar uma grande alta contínua como tivemos anteriormente”, lembrou Percigo, afirmando que, para o investidor iniciante, o recomendado é realizar compras recorrentes para não cair em armadilhas. “Nesse primeiro momento, se você quer começar, invista todos os meses. Há estudos que apontam que, se você comprar todos os meses, terá o retorno esperado melhor do que se esperar os melhores momentos para comprar”.

A vez do Ethereum

Existe uma máxima no mercado de criptomoedas: quando o Bitcoin sobe forte e se mantém em alta, criptomoedas menores tendem a ganhar força na sequência, dando início ao que se chama temporada de altcoins.

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Altcoins são criptos alternativas ao Bitcoin e que costumam entregar retornos muito mais altos para quem topa assumir um risco ainda maior — recentemente, as altcoins ligadas ao fenômeno da inteligência artificial, por exemplo, chegaram a disparar até 2.000% em 30 dias.

Essa alta repentina ainda não alcançou as altcoins mais consolidadas e consideradas mais seguras para o investidor. No entanto, o desempenho recente do BTC, que está há quase um mês negociado acima dos US$ 27 mil, é visto como um sinal de que isso pode mudar em breve.

Para alguns analistas, o próximo na fila é o Ethereum (ETH), que está prestes a passar por uma atualização que promete ajudar a impulsionar a adoção do staking, o mecanismo de renda passiva nativo da tecnologia. A mudança está prevista para acontecer na próxima semana, quando unidades da criptomoeda trancadas no protocolo desde 2020 começarão a ser liberadas no mercado com o lançamento da função de saques.

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Mas, mesmo com mais ETH circulando, o consenso de especialistas é de que o impacto negativo no preço será limitado. “Isso porque a partir do momento que resgates se tornam possíveis, a atividade de staking vai se tornar mais atrativa”, comenta Paulo Boghosian, head de research do TC Pandhora Digital Assets.

“No momento, o Ethereum possui menos de 20% das moedas em staking, enquanto outros protocolos como Solana (SOL) e Polkadot (DOT) possuem percentuais mais que duas vezes maior. Além disso, a oferta monetária do Ethereum mudou bruscamente, e atualmente há uma emissão muito menor de moedas”, avalia.

Além do Ethereum, plataformas que intermediam o staking e têm seus próprios tokens devem sair ganhando, na visão de quem acompanha o mercado cripto de perto. A principal delas é a Lido DAO (LDO), que está na carteira de Boghosian, Percigo e Terranova para 2023.

Outros projetos considerados promissores são os que focam em ajudam a escalar o Ethereum. Projetos como Arbitrum (ARB), Optimism (ARB) e Polygon (MATIC), por exemplo, são alguns dos acompanhados por Rafael Izidoro, CEO e fundador da fintech de crédito cripto Rispar. “Também destaco o protocolo Stacks (STX), que possibilita a utilização de NFTs e smart contracts na rede Bitcoin”, falou.

Confira, a seguir, a lista das criptomoedas mais mencionadas por analistas consultados pelo InfoMoney para ficar no radar do investidor a partir do segundo trimestre de 2023:

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas