Ofertas somam R$ 39,2 bi em julho, 2º mês mais forte do ano no mercado de capitais; renda fixa é destaque

Debêntures foram o principal instrumento de captação com follow-ons, que vêm crescendo desde abril, logo em seguida

Leonardo Guimarães

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Julho teve o segundo maior volume de emissões em 2023 no mercado de capitais, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As captações atingiram R$ 39,2 bilhões no mês passado, perdendo apenas para junho (R$ 46,4).

A renda fixa segue com maior volume, com R$ 26,9 bilhões em emissões, enquanto a renda variável somou R$ 8,6 bi no período. Porém, o volume dos follow-ons vem crescendo desde abril, enquanto a renda fixa teve queda na captação em julho.

Mesmo com o segundo melhor resultado do ano em julho, o mercado de capitais segue muito abaixo do volume do ano passado. No acumulado do ano, as emissões somam R$ 192,7 bilhões, volume 40% menor que o observado no mesmo período em 2022. José Laloni, vice-presidente da Anbima, fala em retomada do setor e diz que o resultado de julho “é mais um indicativo da recuperação gradual do segmento depois das incertezas enfrentadas no início do ano”.

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Fonte: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima)

As debêntures seguem como o instrumento de maior captação, somando R$ 12,5 bilhões em julho. No acumulado de 2023, chegaram a R$ 90,7 bilhões, redução de 42,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O prazo médio dos papéis emitidos em 26 operações ficou em 6,1 anos.

Os recursos foram direcionados principalmente para capital de giro (45,6%) e investimento em infraestrutura (23,2%).

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O segmento de ativos de securitização, que vem chamando atenção pelo crescimento no ano, também se destacou em julho. Todos os produto alcançaram o maior volume mensal do ano.

As emissões de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) chegaram a R$ 4,8 bilhões ante R$ 2,92 bi em junho. Já as emissões de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) alcançaram R$ 4,4 bilhões ante R$ 3,3 bi no mês passado, enquanto as de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) chegaram a R$ 3,3 bilhões, contra R$ 1,93 bi em junho.

Já os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) registraram crescimento de 185% no volume captado (R$ 603 milhões) na comparação com o mês anterior. O produto vem se destacando no financiamento do agronegócio. No primeiro semestre, a captação dos Fiagros cresceu 50,4% ante o mesmo período em 2022.