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A visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deverá reduzir a Selic em 0,50 ponto, para o patamar de 11,75% ao ano, na reunião desta quarta-feira (13), já é dada como certa por boa parcela dos agentes financeiros. Com isso, a dúvida fica por conta dos próximos passos.
Com uma visão mais agressiva do que parcela do mercado, a Persevera Asset Management defendeu, em carta mensal, que a autoridade monetária será levada a acelerar o ritmo de cortes para 0,75 ponto por reunião no ano que vem.
“No ritmo atual, como citado pelo presidente [do BC] Roberto Campos Neto, a taxa de juros ex-ante [esperada para o futuro] continuará aumentando até mais de 7% ao ano, no segundo trimestre de 2024, o que nos parece excessivo”, justificou a equipe da Persevera.
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Os analistas da casa também observaram que os últimos números de inflação e de atividade reforçaram tendência de queda, e que a meta fiscal de 2024 foi mantida em zero após idas e vindas por parte do Governo, o que deve ser visto como ponto positivo pelo Banco Central.
Por outro lado, a Legacy Capital preferiu adotar uma postura mais cautelosa em relação às próximas decisões da autoridade monetária.
Em sua carta mensal, a gestora lembrou que a qualidade dos núcleos de inflação e que o recuo da inflação de serviços têm chamado a atenção: nos cálculos da Legacy, o ritmo anualizado dos núcleos está em torno de 3%, enquanto o de serviços têm ficado um pouco abaixo de 4%.
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Na visão da casa, a consolidação do patamar mais baixo dos indicadores correntes de inflação juntamente com um cenário externo mais benigno e a manutenção da desaceleração da atividade ajudam a reforçar a visão de que o quadro para a inflação mais para frente está mais “confortável” — o que deve ser reconhecido pelo Banco Central na reunião desta quarta-feira (13).
Nesse sentido, a Legacy avalia que a autoridade monetária poderá começar a discutir uma eventual aceleração dos cortes, para além dos 0,50 ponto adotados até então, a partir de janeiro de 2024, mas sem cravar uma aceleração.
Aplicados em juros
De olho nas oportunidades geradas pelo ciclo de corte de juros, a gestora conta que está com uma posição aplicada (que se beneficia da queda) em juros reais e nominais no Brasil.
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Já a Persevera disse que vê atratividade nas taxas de juros reais. A casa observa que as taxas reais e nominais subiram de forma expressiva entre agosto e outubro, mas que houve um movimento que favoreceu mais uma na comparação com a outra.
“Nesse movimento recente de descompressão, as taxas reais caíram menos que as taxas prefixadas, mostrando-se uma alternativa interessante para continuar capturando os prêmios desse mercado”, observou a casa.