“Precisamos de um estadista que pense no futuro do País”, diz SPX; gestora aposta em juros e na queda dos metais

Alocação que se beneficia do recuo de metais industriais e preciosos foi a novidade apresentada pela casa para o portfólio de setembro

Bruna Furlani

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP
Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP

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A poucos dias do fim de uma disputa acirrada para o cargo de presidente da República, a renomada gestora SPX, de Rogério Xavier, destacou que “precisamos cada vez de um estadista que pense no futuro do País”.

Em carta mensal, a gestora disse que é preciso ter uma pessoa com perfil mais estadista e menos de um político, que têm como “único objetivo maximizar o número de votos na próxima eleição, em detrimento dos fundamentos econômicos no futuro”.

Ao comentar sobre o cenário eleitoral, a gestora afirmou que a eleição atual é bastante desafiadora: o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta a reeleição, mas apresenta as menores taxas de popularidade na comparação com pleitos anteriores em que os candidatos à Presidência foram para o segundo mandato.

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Ao mesmo tempo, observa a gestora, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou o mandato com a mais elevada taxa de aprovação entre todos os ocupantes que atuaram como chefes do Executivo.

Para além de uma eleição acirrada, a SPX alerta que o novo governo terá que conviver com um cenário mais adverso daqui para frente. A gestora pondera que os efeitos favoráveis dos altos preços das commodities e de medidas fiscais estimulativas, que ajudaram o crescimento econômico neste ano, deverão funcionar de forma diferente na próxima gestão.

Na avaliação da casa, o próximo mandato presidencial será marcado pela desaceleração da atividade global e recessão em algumas economias importantes, o que deve afetar negativamente o preço das commodities.

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Atualmente, a SPX está com posições que se beneficiam da queda dos juros (aplicadas) no País, além de deter posições relativas em Bolsa local.

Já no mercado de juros internacional, a casa disse que está com posições relativas, com exposição líquida próxima do neutro. Nos países mais atrasados em termos de aperto monetário, a SPX está com uma alocação que se beneficia da alta dos juros.

Por outro lado, a gestora está com posições que se beneficiam do recuo dos juros onde o ciclo de alta já está mais avançado e o próximo passo deve ser o corte da taxa.

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Ao comentar sobre commodities, a casa mostrou uma novidade: iniciou alocação que se beneficia da queda no preço de metais industriais e preciosos. Já no quesito ações, não houve mudança: a gestora manteve as posições que apostam no recuo dos preços das ações (vendida) nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo a SPX, o demorado processo de transição para outras fontes de energia na Europa, especialmente na Alemanha, está se transformando em um processo bastante custoso para todo o continente, e isso não será resolvido no curto prazo. “Os efeitos desse grande choque vão gerar desdobramentos para a economia europeia que irão além do próximo inverno”, alertou a casa.

Além da questão energética, a gestora chamou a atenção para o pacote fiscal e o polêmico corte de impostos para a população mais rica do Reino Unido anunciados recentemente. Ambos geraram um movimento de forte venda no mercado de títulos local.

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“A mensagem dos mercados foi clara: os governos de países altamente endividados não têm mais carta branca para fazer o que quiserem; e o Reino Unido teve seu momento de mercado emergente”, alertou a SPX na carta.

Mesmo após o recuo do governo em alguns pontos essenciais do pacote, a confiança dos investidores foi “abalada”. A gestora avalia também que a forte subida das taxas de juros de mercado expôs novas fragilidades e afetou até mesmo fundos de pensão, o que chamou a atenção para novos “efeitos perversos” do aperto sem precedentes, que ocorreu nas condições financeiras globais dos últimos meses.

Diante de um mercado conturbado, a SPX preferiu manter a exposição que se beneficia da queda no mercado de crédito de países desenvolvidos até o fim do mês, quando a casa informou que diminuiu o risco do portfólio.

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Já no mercado de crédito de Países emergentes, a gestora disse que vê valor em alguns nomes específicos de títulos corporativos, mas que optou por seguir com uma posição líquida vendida, dado o cenário macroeconômico mais desafiador.

No mês de setembro, o SPX Nimitz rendeu 5,17%, ante um CDI de 1,07% no mesmo período. A contribuição negativa no mês veio do mercado de commodities, enquanto a parte mais positiva foi ajudada por posições nos mercados de ações, crédito, juros e moedas.